Resumo chesnais
François Chesnay não é neokeynesiano. Não está preocupado com sugestões para que o capitalismo retome um “desenvolvimento sustentado”. Limita-se a dissecar o capitalismo da atualidade, usando uma metodologia marxista sem concessões, para demonstrar o caráter destrutivo das forças econômicas desencadeadas com a virada thatcherista, a partir dos anos oitenta. Não é, portanto, uma crítica às políticas neoliberais. É uma crítica ao capitalismo de hoje. Ao próprio sistema.
No início do livro, …exibir mais conteúdo…
Mas as novas formas de organização empresarial dizem respeito também à organização entre as empresas. Desenvolveram-se novos tipos de empresas – como as empresas-rede – centralizadas de modo que o capital dominante pode se apossar de parte da mais-valia extraída por empresas subordinadas, espalhadas pelo mundo inteiro. Trata-se de um novo tipo de capital produtivo que não só extrai mais-valia diretamente mas que também vende direito de extrair mais-valia em seu nome, sem arriscar capital.
E há ainda outro aspecto da mundialização do capital produtivo, que diz respeito à concentração das patentes de invenção importantes em mãos de pequeno número de grandes empresas, que concentram também a maior parte dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Aqui, de novo, há relações de subordinação por cima das leis do mercado e participação na extração de mais-valia por empresas subordinadas.
É justamente pelo fato de as novas formas de organização do trabalho constituírem a mola essencial da mundialização, que esta pode ser datada a partir das derrotas dos trabalhadores no Reino Unido e nos Estados Unidos, sob os governos Thatcher e Reagan, combinadas com o fim das ilusões do movimento operário do mundo inteiro no socialismo real.
A mundialização do capital comercial se dá principalmente através da modificação da estrutura do comércio mundial, que provoca