Resenha viva à rainha
Alguns filmes vistos quase como infantis, que usam de certa magia e roteiros simples, muitas vezes - e eu diria que na maioria delas - têm uma densa quantidade de lições importantes a passar. No filme holandês de 1995, “Viva a Rainha!”, de Esmé Lammers, podemos encontrar a partir de análise alguns pontos que demonstram a importância direta e indireta das relações familiares na formação de uma criança, e até mesmo como isso se reflete no ambiente escolar. Sara, a personagem principal, é uma menina de oito anos que mora com a mãe e o avô, sobre seu pai a única informação que lhe é dada é que ele vive na África do Sul. A relação de Sara com sua mãe Susanne é um ponto primordial a se analisar na trama; por conta do trabalho para sustentar a filha sozinha, Susanne peca na impossibilidade de dar a atenção que a menina precisa. Com oito anos, de acordo com o Complexo de Édipo, explicado por S. Freud, Sara está na idade em que o último estágio do desenvolvimento psicossexual já está acontecendo e em fase de latência, ou seja, neste período a menina passa por um processo de distanciamento do sexo oposto para poder construir-se como objeto sexual, e ocorre uma forte identificação com a mãe.
Com a falta de interesse por qualquer aprendizado, devido à personalidade solitária e dispersa resultante da falta de atenção dada à menina, e também pela descrença dos colegas sobre a existência de seu pai, o que afeta em seu desempenho, Sara