Resenha do texto: desigualdade e pobreza no brasil
Resumo:
O trabalho aqui apresentado é um resumo do Texto para Discussão n°800 – “A Estabilidade Inaceitável: Desigualdade e Pobreza no Brasil”, desenvolvido por: Ricardo Paes de Barros, Ricardo Henriques e Rosana Mendonça, membros do IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, publicado em julho de 2001. A proposta do trabalho é de realizar um estudo de duas décadas, as décadas de 80 e 90, onde o Brasil apresentou uma enorme desigualdade na distribuição de renda e elevados níveis de pobreza. Investigar a evolução e a natureza da pobreza e da desigualdade de renda no Brasil durante esse período, estabelecendo as inter-relações causais entre essas dimensões. E por fim, procura demonstrar a …exibir mais conteúdo…
A linha de pobreza é calculada como múltiplo da linha de indigência, considerando os gastos com alimentação como parte dos gastos totais mínimos, referente, entre outros, a vestuário, habitação e transporte. A magnitude da pobreza está diretamente relacionada ao número de pessoas vivendo em famílias com renda per capita abaixo da linha da pobreza e à distância da renda per capita de cada família pobre em relação à linha de pobreza.
Os resultados revelam que, em 1999, cerca de 14% da população brasileira vivia em famílias com renda inferior à linha de indigência e 34% em famílias com renda inferior à linha de pobreza. Desse modo, como mostra a Tabela 1, cerca de 22 milhões de brasileiros estavam classificados como indigentes e 53 milhões como pobres. 2
Ao longo das últimas duas décadas, como mostra a tabela, a pobreza mantevese em relativa estabilidade, com apenas duas pequenas contrações, concentradas durante a implantação dos Planos Cruzado e Real. Esse comportamento estável, com a percentagem de pobres oscilando entre 40% e 45% da população, apresenta flutuações associadas à instável dinâmica macroeconômica do período. O grau de pobreza atingiu seus valores máximos durante a recessão do início dos anos 80, quando a percentagem de pobres em 1983 e 1984 ultrapassou a barreira dos 50%. As maiores quedas resultaram dos impactos dos Planos Cruzado e Real,