Resenha do filme "Man Friday" (Robinson Crusoe)

845 palavras 4 páginas
RESENHA DO FILME “ROBINSON CRUSOE” (1975)
O filme a ser discutido trata da história de Robinson Crusoe, náufrago inglês que, após anos isolado em uma ilha, tendo como única companhia um papagaio, encontra um grupo de canibais na praia de seu lar-prisão. Após poupar a vida de um dos “selvagens”, e batizá-lo com o nome de “Sexta-feira”, a história foca no choque de culturas entre os dois personagens.
Diferentemente de outras versões cinematográficas baseadas na obra de Daniel Defoe, o filme de 1975 é narrado através da perspectiva de Sexta-feira, caracterizando um Robinson Crusoe obtuso, fanático e até um tanto cruel, em contraste a um nativo de natureza inteligente, empática e gentil, algo bem próximo da noção rousseauniana de “bom selvagem”. A produção pode ser vista como uma crítica à civilização ocidental, além de retratar as relações de exploração capitalista discutidas na obra de Marx, foco desta resenha.
Oriundo de uma comunidade nos moldes primitivos, Sexta-feira, para a surpresa de Crusoe (autodenominado “Mestre”), desconhece noções como propriedade privada, competitividade, meritocracia e acumulação, as quais são essenciais para a formação da mentalidade capitalista ocidental. Estas quatro noções são muito bem delineadas em quatro momentos específicos:
1) Propriedade privada: discutida logo no início do filme, quando Sexta-feira utiliza o chapéu e o guarda-sol de Robinson sem lhe pedir autorização. A reação histérica de Crusoe provoca forte estranhamento em

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