Resenha de "a representação do eu na vida cotidiana", de erving goffman

2142 palavras 9 páginas
GOFFMAN, Erving. A Representação do Eu na Vida Cotidiana – Petrópolis, Vozes: 2011.

No livro “A Representação do Eu na Vida Cotidiana” Erving Goffman utiliza-se de metáforas da ação teatral para analisar como os indivíduos se comportam em situações de interação social na vida cotidiana. Como no teatro, os indivíduos atuam de maneira a tentar convencer de uma impressão que ele deseja que os outros tenham dele, para tanto diversas técnicas são utilizadas. É justamente destas formas de sustentação da representação do Eu que o autor trabalha nesta obra.
Um dos primeiros aspectos salientados por Goffman é a importância da obtenção de informações. Quando inicia-se uma interação os indivíduos procuram colher o máximo de informações possíveis
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Haverá também um acordo real quanto à conveniência de se evitar um conflito aberto de definições da situação (pg. 19).

Ao desempenham um papel o indivíduo solicita aos outros que creiam na impressão que ele deseja transmitir, de maneira que o papel representado por ele tenha as consequências implicitamente pretendidas por ele. Goffman analisa a própria crença do indivíduo na impressão de realidade que ele transmite, identificando dois extremos: em um lado o ator pode estar inteiramente compenetrado em seu número, estando “sinceramente convencido de que a impressão de realidade que encena é a verdadeira realidade”, sendo, portanto, “sincero”; do outro lado encontra-se o ator que não está completamente compenetrado em seu número, não crê em sua própria atuação, não se interessando pelo o que seu público acredita, sendo chamado de “cínico”.
O cinismo pode ser usado pelo ator como forma de ludibriar o público, seja por interesse pessoal ou porque este assim o pede, como uma expressão de insegurança, proteção de sua personalidade íntima do contato com o público, etc.
As representações dos indivíduos podem partir da descrença para a crença, como o recruta novato que incialmente segue a etiqueta do exército apenas para não sofrer sanções, mas depois acaba as incorporando

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