Portugues uece
O Cangaceiro
|01 |A notícia da captura de Bem-Te-Vi encheu os jornais da cidade. Uma |
|02 |fera dos sertões, quase menino, caíra nas mãos do Tenente Alvino, |
|03 |depois de luta tremenda. Tratava-se de um monstro de dezoito anos. Os |
|04 |médicos legistas davam entrevista, as fotografias de Zé Luís apareciam|
|05 |nas folhas e pelas feiras corria o a-bê-cê do cangaceiro, com a |
|06 |narrativa do combate. A figura do menino criou raízes na imaginação |
|07 |sertaneja. O Tenente subiu de posto e andava, agora, com a sua volante|
|08 |fazendo o diabo, pelas caatingas. |
|09 |Na casa do mestre Jerônimo chegou a história terrível do filho. Numa |
|10 |das notícias do jornal vinha a vida dele, contada com todos os |
|11 |detalhes. Era filho de um famigerado assassino do Brejo e tinha |
|12 |corrido para o sertão perseguido pela justiça da Paraíba. Vivia ele |
|13 |numa fazenda de Tacaratu, com outro nome, correndo assim da lei. O |
|14 |filho trazia no sangue o instinto criminoso e se transformara no |
|15 |bandido mesmo que uma cascavel. O mestre pediu para Bento ler a folha:|
|16 |- Vê tu como mente estas desgraças. Sou um homem livre pelo júri, |
|17 |nunca me fiz nas armas que não fosse para uma legítima defesa, e vem |
|18 |um miserável deste com estas mentiras. Aninha não deve saber disso. A |
|19 |pobre não pode