Patamo, o segredo da tropa
Luiz filipe Barcelos/UnB agência
os seGRedos
da tRopa
Socióloga acompanha curso da Patamo para entender como agem os policiais lotados em batalhões especiais
a
joão paulo vicente
repórter · revista darcy
orgulho da farda: treinamento extenuante incentiva consciência de grupo na companhia de elite
lém de quebrar recordes de pirataria e bilheteria, Tropa de Elite, de 2007, despertou a atenção de muitos para os batalhões especiais de polícia. a socióloga Priscila aurora foi uma das pessoas que não ficou imune ao fascínio provocado pelos militares que se vestem de preto e chegam para resolver. em vez de repetir as frases de efeito do filme, no entanto, ela decidiu pesquisar o que, afinal de contas, tornava-os …exibir mais conteúdo…
ela cita o caso de um dos participantes que tinha fama de usar muitos atestados médicos. apesar de ser totalmente legal, os membros da companhia não veem a prática com bons olhos e o candidato em questão sofria mais pressão dos instrutores para desistir do curso. “É um currículo que vai além da norma, são expectativas que não são explícitas”, afirma Priscila. o policial que não atende essas expectativas, conta ela, é o chamado ‘recomendado’. o termo é negado pelo comandante Luiz ramos. ele explica sutilmente que esse tipo de seleção ocorre porque em muitos casos os instrutores notam que determinada pessoa não tem as características necessárias às práticas da companhia. “Se você percebe que a aptidão do cara é outra – no trânsito, por exemplo – ele não vai formar. É claro que quem se destaca negativamente sofre mais”, afirma o Capitão. “Quem vai entrar para a Patamo tem que entender que somos um grupo, e o grupo é maior que a pessoa, a personalidade.” ele exemplifica a necessidade da seleção de quem vai ser admitido ao relembrar um episódio conhecido como ‘chapéu mexicano’. No reveillon de 2005, policias da Patamo ro-
daram um rapaz pelos cabelos na esplanada dos ministérios. apesar