Os Jesuitas na Amazonia
Rafael Chambouleyron
Faculdade de História/UFPA
Raimundo Moreira das Neves Neto
Mestrando em História Social da Amazônia/UFPA
Bolsista CAPES
Pode-se dizer que os jesuítas se instalaram no Estado do Maranhão e Pará – região que corresponde aproximadamente à Amazônia brasileira atual – desde a década de 1650, com a chegada do famoso padre Antônio Vieira. Embora tivessem estado na região em ocasiões anteriores – período em que o padre Luís Figueira assumira o governo da frágil missão no Maranhão e Pará – é somente em 1653 que, de fato, podemos falar de uma presença sistemática e definitiva da Companhia, até a sua expulsão no final da década de 1750 e início dos anos 1760. No Estado do Maranhão e Pará, durante o século XVII, os religiosos conseguiram construir uma incrível rede de colégios (Santo Alexandre, em Belém, e Nossa Senhora da Luz, em São Luís) aldeias e residências que cristalizou o seu poder e seu apostolado na região. O crescimento da ordem, principalmente no século XVIII, ensejou inúmeros conflitos com moradores e autoridades, sobretudo em torno da mão-de-obra indígena, fundamental na região. A historiografia tem insistido nesse embate como uma chave interpretativa para entender a própria presença jesuítica na Amazônia, o que ensejou que se deixassem de lado outros aspectos importantes do apostolado da Companhia de Jesus, que são igualmente relevantes para entender a forma como a Ordem organizou o seu