O ser humano
A investigação sobre o mundo que acabamos de realizar pode ser considerada pano de fundo de outra investigação, talvez mais cara para todos nós: aquela que corresponde à humanidade. Assim, nosso foco agora se fechará sobre algumas das principais questões acerca do ser humano: sua essência ou especificidade, sua condição no mundo, suas fortalezas e debilidades. Vejamos o que podemos encontrar.
Natureza ou Cultura? Um ser entre dois mundos
O que é o ser humano? Ou, dito de uma maneira mais pessoal, quem somos nós? Comecemos nossa busca pela biologia. Sabemos que somos seres vivos pertencentes ao reino animal e, mais especificamente, à espécie denominada Homo sapiens. O que distinguiria nossa espécie das demais? …exibir mais conteúdo…
Para dar um só exemplo, mesmo o chimpanzé mais evoluído possui apenas rudimentos daquilo que lhe permitiria desenvolver a linguagem simbólica – como qualquer humano saudável é capaz de fazer – e tudo o que dela resulta: aprender, reelaborar o conteúdo aprendido e promover o novo (invenção). Isso quer dizer que a vida de cada animal é, em grande medida, semelhante ao padrão básico vivido por sua espécie. Por sua vez, o ser humano tem, individualmente e como espécie, a capacidade de romper com boa parte de seu passado, questionar o presente e criar a novidade futura. Não há dúvidas de que todo o ser humano apresenta também reflexos e instintos vinculados a estruturas biológicas hereditárias próprias da nossa espécie. Paralelamente, elementos genéticos limitam certas mudanças, e fatores socioeconômicos dificultam a realização de determinados desenvolvimentos humanos. Além disso, vários tios de crenças, ideologias e condicionamentos impedem as pessoas de sequer desejar uma transformação em sim mesmas ou à sua volta. Mesmo assim, podemos dizer que o ser humano não nasce pronto pelas “mãos da natureza”, como parece ocorrer no reino animal. Como defendem alguns pensadores, a vida de cada indivíduo humano seria um “parto” constante, um processo permanente de nascimento e construção de si mesmo. O que determina, então, essa diferença entre o