O sebastianismo e a figura de d. sebastião nas obras frei luís de sousa, de almeida garrett, el-rei sebastião, de josé régio, além do filme quem és tu?, de joão botelho

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É inegável que o Sebastianismo é um pilar do pensamento cultural português, a figura de D. Sebastião teve muito impacto na história e no desenvolvimento de Portugal, e assim influenciou (e ainda influencia) intensamente a produção artística do país. D. Sebastião foi o décimo sexto rei de Portugal, e o sétimo da Dinastia Avis, herdou o trono de seu avô, João III, com apenas três anos. Aos quatorze, assumiu o trono, a expectativa portuguesa era de um reinado com rigor militar e religioso, buscando consolidar um Império Universal através do cristianismo. O rei se ateve a esse ideal de governo, e foi extremamente centrado na luta contra os infiéis, falecendo em 1578, numa batalha contra os árabes no norte da África, em Alcácer Quibir, vale …exibir mais conteúdo…

Quando a verdade é revelada, Madalena e Manuel de Souza Coutinho ingressam na vida religiosa as pressas, a filha doente não resiste ao choque e morre aos pés dos pais.
O acontecimento desestabiliza a família que havia sido erguida sobre pilares quebradiços para os valores da época, o que pode uma leitura política da peça: Garrett acreditava que eram preciso enterrar os fantasmas do passado e construir o futuro sobre bases mais sólidas. A crítica ao país também é notada em um diálogo impactante entre o romeiro e a personagem Frei Jorge:
CENA XV
(JORGE e ROMEIRO, que seguiu MADALENA com os olhos, e está alçado no meio da casa, com aspecto severo e tremendo)
JORGE
 Romeiro, romeiro, quem és tu?
ROMEIRO
(apontando com o bordão para o retrato de D. João de Portugal)
 Ninguém!
(Frei Jorge cai prostrado no chão, com os braços estendidos diante da tribuna. O pano desce lentamente.) (GARRETT, 1998 , p.64.)
Quando D. João de Portugal (nome que já indicia a metáfora construída pelo autor), ainda sob a identidade de romeiro, diz que é ninguém, está se referindo também a própria pátria, que estava sob domínio espanhol na época em que é ambientada a peça, e havia sofrido com a invasão francesa anos antes de ser escrita por Garrett. Dessa maneira, o autor desenvolve através do mito sebastianista uma questão contemporânea sobre o futuro de sua nação.
Essa narrativa bem elaborada e de diálogos envolventes continua despertando interesse, no ano 2001, cinquenta e um

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