O IMPÉRIO DE GAZA
1. O Império de Gaza
O Estado de Gaza, também conhecido como Império de Gaza, no sul de Moçambique, abrangia, no seu apogeu, toda a área costeira entre os rios Zambeze e Maputo e tinha a sua capital em Manjacaze, na actual província moçambicana de Gaza.
2. O surgimento do Império de Gaza
Foi fundado por Sochangane (também conhecido por Manicusse, 1821 - 1858) como resultado do Mfecane, um grande conflito despoletado entre os Zulu por consequência do assassinato de Chaca (ou Shaka) em 1828, que culminou com a invasão de grandes áreas da África Austral por exércitos Nguni.
O rei de Gaza dominou os reis Tonga (possivelmente o mesmo que Tsonga, da língua chiTsonga, a língua actualmente dominante na região sul …exibir mais conteúdo…
Para que um indivíduo fosse considerado doda ou mpsatsi, expressões que significam, respectivamente, homem ou mulher à altura de educar, deviam para o caso do homem saber apascentar o gado, construir uma palhota, enquanto que a mulher devia saber trabalhar a terra, cozinhar, entre outras actividades. A força dos nguni assentava nas cerimónias de Kuphahla, ou seja de invocação dos espirítos dos antepassados ou tinguluvi.Guideon Ndobe, acrescenta que a ligação com os tinguluvi não deve ser vista no sentido iminentemente abstrato, comparado à" Deus Universal." Mas de forma material, no sentido de que se tratava de buscar uma inspiração em pessoas que tiveram existência física. Gomes da Costa parece não estar fora desta óptica pois afirma que " os espíritos são mais poderosos quanto o eram quando simples homens..." É da opinião que o poder e o prestígio de qualquer chefe são maiores quando estes dependem igualmente de antepassados que em vida foram notáveis. É neste sentido que se explica em parte que Ngungunyani fosse temido. A organização militar dos nguni de Gaza foi um aspecto que também contribuiu de forma significativa para o seu poderio. Inspirado na organização militar de Tchaka, os nguni sobrepuseram-se às chefaturas locais as quais não tinham uma tradição guerreira.Para os nguni, conforme já nos referimos, não era condição sine qua non ser-se membro