Mecanização agrícola
É inegável que a motomecanização da agricultura permitiu, entre outras coisas, reduzir ao mínimo a penosidade na realização dos trabalhos agrícolas, que os métodos tradicionais impunham; aumentar de forma espectacular o rendimento do trabalho, as áreas das culturas e as consequentes produções; e uma fortíssima redução da população activa agrícola que, nos países mais evoluídos, se transferiu para outros sectores com perspectivas de vida mais aliciantes.
No entanto, não é lícito ignorar alguns aspectos menos positivos, também decorrentes da motomecanização que, pela sua importância, merecem alguma reflexão, nomeadamente os de carácter económico e ambiental.
Para além da natureza biológica das produções e das irregularidades climáticas, o trabalho agrícola, quando mecanizado, é fortemente condicionado pelas características fundiárias das explorações, especialmente no que se refere, às dimensões e formas das parcelas e sua eventual dispersão e aos obstáculos que nelas possam existir. As Estatísticas Agrícolas Portuguesas evidenciam claramente que, na maior parte da nossa área agrícola, predomina a propriedade de pequena ou mesmo muito pequena dimensão, por vezes fortemente pulverizada em parcelas minúsculas, especialmente nas zonas de melhor aptidão.
Esta realidade, aliada à insuficiência ou mau estado das vias de comunicação, é consideravelmente limitativa da eficiência do trabalho das máquinas, na medida em que gera um volume muito considerável de tempos