Tomás Antônio Gonzaga : renovação árcade O mais popular dos poetas árcades mineiros é Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). Sua obra ainda hoje é lida com interesse. Nascido no Porto, em Portugal, veio ainda menino com a família para a Bahia, onde viveu e estudou até a juventude. Posteriormente, fez o curso de direito em Coimbra e, como Cláudio Manuel da Costa, lá estabeleceu contato com as ideias iluministas e árcades, tendo chegado a escrever uma obra filosófica em homenagem ao Marquês de Pombal: Tratado de Direito Natural. Voltando ao Brasil, passou a viver em Vila Rica, onde exerceu a função de ouvidor. Iniciou ali sua atividade literária e sua relação amorosa com Maria Doroteia de Seixas, uma jovem então com 16 anos, cantada em seus versos com o pseudônimo de Marília. Em 1789, acusado de participar da Inconfidência, Gonzaga foi preso e mandado ao Rio de Janeiro, onde ficou encarcerado até 1792, quando foi exilado para Moçambique. Apesar dos sofrimentos passados na prisão, Gonzaga levou na África uma vida relativamente tranquila. Ali se casou, enriqueceu e ainda se envolveu com a polícia local.
Quando a vida vira arte A poesia de Tomás Antônio Gonzaga, se comparada à dos demais poetas árcades brasileiros, apresenta algumas inovações que apontam para uma transição entre Arcadismo e Romantismo. Incorporando muito de sua experiência pessoal à poesia, escrita antes e durante a prisão, Gonzaga conseguiu quebrar em grande parte a rigidez dos princípios árcades.