Iracema
Narrador: Além daquela serra que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema, a virgem dos lábios de mel.
Martim: (perdido na mata)
Iracema: (se depara com Martim na mata e surpresa atira nele uma flecha. Depois, arrependida do ato, vai até Martim e quebra a flecha que o feriu)
Martim: Quebras comigo a flecha da paz?
Iracema: Quem te ensinou a linguagem de meus irmãos? De onde vens guerreiro branco?
Martim: Venho de longe, filha das florestas.
Iracema: Seja bem vindo estrangeiro, à terra tabajara.
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Narrador: A virgem Iracema leva com ela, até a tribo de seu pai, o guerreiro branco que atingiu.
Iracema: Ele veio. (aponta para Martim)
Araquém: Tupã é quem traz o hospede a cabana de Araquém.
Iracema: (sai)
Araquém e Martim: (entram na cabana, sentam-se)
Araquém: O estrangeiro é senhor na cabana de Araquém, terá guerreiros para lhe proteger, e mulheres para lhe servir.
Martim: Eu lhe agradeço o agasalho que me deste, mas pela manhã, partirei de teus campos.
Araquém: Tupã te trouxe, e ele o levará. (Araquém sai da cabana.)
Iracema: (entra na cabana, e entrega comida a Martim, e vai saindo.)
Martim: Tu me deixas?
Iracema: Estrangeiro, tens para ti as mulheres mais bonitas de minha tribo. Iracema não pode ser tua serva, é ela quem guarda o segredo da jurema e o mistério do sonho. (Iracema sai da cabana)