Introdução à estética - Dabney Townsend

2723 palavras 11 páginas
Introdução Na introdução, o autor esclarece que a sua obra é uma introdução à estética, associando o termo à filosofia da arte. O termo “estética” entrou no discurso filosófico só no séc. XVIII para fazer a distinção entre o universo dos sentidos e o universo da razão. A estética como conceito filosófico surge para traduzir e considerar o contributo das sensações e das emoções na construção do pensamento humano. Embora as artes estejam presentes nas culturas humanas desde a antiguidade, só nos sécs. XVI e XVII é que as belas-artes passam a ser entendidas não como ofícios, artes práticas ou decorativas, mas como formas de manifestação artística que expressam sentimentos e são essenciais do ponto de vista da cultura. As …exibir mais conteúdo…

Em meados do séc XVIII, a palavra gosto impôs-se sobre a palavra belo e tornou-se o principal conceito estético. A palavra gosto, embora associada a um sentido (o sentido estético), não se reporta a um sentido imediato como a visão ou a audição, isto é, não há uma relação entre fisiologia e estética. Neste sentido, a palavra gosto é uma metáfora. Sendo uma metáfora, traduz uma aproximação a um sentido que é simultaneamente inexistente e modelar, ou seja, existe apenas enquanto conceito.

A palavra gosto levanta problemas judicativos. Frequentemente emitimos juízos de valor sobre questões estéticas usando a mesma linguagem que usamos para questões sensoriais imediatas e no universo da estética este tipo de raciocínio não se devia aplicar porque se trata de um sentido diferente. No entanto, é frquente, pro exemplo na comparação entre dois pintores, dizer que um é bom e o outro é mau, emitindo juízos de valor que aproximam o gosto estético dos outros sentidos com os quais existem apenas semelhanças. Esta analogia é útil mas problemática.

Apesar de todas as dificuldades, a palavra gosto mantém a sua validade e renova-se conceptualmente, por exemplo, o gosto deixou de estar ligado apenas a uma experiência sensorial estética e passou a incluir, no seu conceito, a função experiencial. Ou seja, o gosto passou a ser entendido como resultante das percepções que se constroem com

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