História e historiografia das cidades, um percurso
As Cidades, de acordo com a autora são uma experiência visual, um lugar que apresenta muitas significações que são acumuladas através do tempo. O poema “Prelude” do inglês Wordsworth irá falar das cidades como se fossem grandes formigueiros, mostrando um mundo muito atarefado, das pessoas que passam apressadas e anônimas umas pelas outras e que se confundem com a grande quantidade de luzes, cores, sons e formas.
A Cidade, uma referencia estética
A autora irá trabalhar com a materialidade das cidades, isto é, o traçado de ruas e praças, as formas arquitetônicas dos edifícios, etc. Ela acompanhará como o olhar mostra que existem avaliações de contraste não somente entre a …exibir mais conteúdo…
Posteriormente ela irá utilizar produções acadêmicas brasileiras, que só ganharam forças como linha de pesquisa em 1980 com a formação de grupos de pesquisa, fazendo um recorte sobre a cidade de São Paulo no período republicano, devido a grande quantidade de trabalhos sobre este assunto. François Béguin escreve um artigo para mostrar que desde muito cedo há uma preocupação com a forma que as cidades estão se constituindo, mostra que na Inglaterra haviam projetos para a implantação de um mobiliário subterrâneo, isto é, tubulação para coleta de esgoto e distribuição de água. Em Paris, o prefeito Haussmann foi o responsável pela modernização da cidade nas décadas de 1850 e 1860, tinha a idéia de reduzir os transtornos causados pelas ruas estreitas e tortuosas, resquícios da Idade Média. O que o autor mostra é que já há uma intervenção para “(...) disciplinar os comportamentos da população através do conforto proporcionado por equipamentos coletivos que foram no decorrer de quase dois séculos multiplicando-se de maneira a fazer dos habitantes das grandes cidades seres domésticos voluntariamente aprisionados pelas comodidades (...)”[1] A revista Cerfi trouxe muitas pesquisas sobre a dimensão produtiva do “poder”, no número 13 alguns autores aderem as teorias de Michel Foucaut sobre a utilização do “poder” sutil da elite para