Glauber rocha - a sua influência no cinema novo brasileiro
Este paper foca a importância de Glauber Rocha no cinema novo brasileiro.
Destaca-se a forma como Glauber quis inovar o cinema brasileiro através de novas técnicas e estéticas, sabendo que o seu contributo foi com filmes que agora são obras primas no cinema.
São objecto de análise dois filmes de Glauber, a saber: “Deus e o Diabo na Terra do Sol “ e “Terra em Transe, cujo interesse reside no seu lado pragmático e “cruel” na forma como mostrou a realidade nua e crua do Brasil, ainda que na época tenham sido censurados e muito criticados nacionalmente; no entanto foram premiados na Europa e ainda são muito aplaudidos pois a sua obra complexa e provocadora ainda inquieta muitos cinéfilos e críticos.
É feita ainda uma …exibir mais conteúdo…
Glauber Rocha e o Cinema Novo No dia 14 de Março de 1939, em Bahia, Brasil, nascia Glauber Rocha, um cineasta muito incompreendido no seu tempo, devido à sua vontade de experimentar e explorar novas técnicas e estéticas que eram recorrentes na Europa.
Glauber pretendia cortar radicalmente com as influências de filmar norte-americanas, comecando por excluir os filmes comerciais. Não pretendeu que fossem filmes de espectáculo e entretenimento, mas de alguma reflexão.
A época em que Glauber viveu marcou-o profundamente, tendo em conta que tentou, com os seus filmes, mostrar situação, com uma estética mais realista, demonstrando a violência, a fome e a miséria no ecrã, sem preconceitos. O cineasta tinha uma visão de um mundo em constante decadência e via o seu país a deteriorar-se lentamente.
O novo cinema pretendido por Glauber, não era nada mais do que filmar o povo brasileiro. A sua câmara era um “olho sobre o mundo”1, que olhava para o dia-a-dia daqueles seres humanos, perspetivando a sua luta e teimosia em sobreviver, associando esse mundo com misticismo e política; a esse propósito os seus filmes apresentavam personagens que refletiam a realidade brasileira: corrupção, traições, fanatismo religioso, homens assassinos que matavam pela igreja católica.
É Glauber quem define os ideais do Cinema Novo, tendo sido seu porta-voz, afirmando que "uma câmara na mão e uma idéia na cabeça"2, ou seja, não era necessário dispender de grandes recursos financeiros,