A Formação da Classe Operária Inglesa: A Árvore da Liberdade

“Esclarecer o povo, mostrar ao povo a razão, o motivo de todos os seus sofrimentos; quando um homem trabalha duro 13 ou 14 horas por dia, durante toda a semana e não é capaz de manter sua família, mostrar ao povo a razão disso, por que não eram capazes de mantê-la, foi isso o que eu entendi.”
(Uma testemunha no julgamento de Thomas Hardy, sobre o objetivo da SLC)

No presente trabalho, propomo-nos a analisar a obra do historiador inglês Edward P. Thompson, que procura mostrar como se deu a formação da classe operária inglesa, processo este que ocorreu no corte temporal de 1780 e 1832, pois a classe só faz sentido se estiver inserida dentro do contexto histórico que a …exibir mais conteúdo…

P. 66). A tradução do título do livro, do inglês The Making of the English Working Class, perde parte de seu sentido, pois emprega o substantivo “formação” para traduzir o verbo que está no gerúndio “making”. E ele se usa desse artífice para dar ao movimento da classe operária um sentido de “auto fazer-se” no decorrer do processo histórico. E é através desse “auto fazer-se” que o autor afirma que a classe operária já existia quando se fez classe operária. O objetivo do volume um é analisar, através de estudos pormenorizados e não de uma narrativa sequenciada, como se deram as manifestações trabalhistas na Grã-Bretanha, suas influências e os movimentos contra-revolucionários que visavam conter os trabalhadores como organização em si. E Thompson afirma que se deve usar o termo “classe” e não “classes”, pois ele denomina como classe um fenômeno histórico “que unifica uma série de acontecimentos díspares e aparentemente desconectados”. A classe não seria “estrutura” nem “categoria”, mas “algo que ocorre efetivamente e cuja ocorrência pode ser demonstrada nas relações humanas” (THOMPSON, 1997, p. 9). Ela aconteceria a partir do momento em que homens que passaram por