Fichamentos e resenhas
Por Isac Justino Miranda 4º semestre de Ciências Sociais pela UFMT
UM LIVRO PERENE
Fernando Henrique Cardoso discute o trajeto da obra sob os olhares dos críticos, que destaca as contradições ali procedentes, porém, destaca que “Casa grande & senzala foi, é e será referência para compreensão do Brasil”. Sua analise é de que a obra apresenta “construções hiper-realistas mescladas com perspectivas surrealistas que tornam o real fugidio. (...) essas caracterizações, embora …exibir mais conteúdo…
Diferentemente da “intelectualidade universitária e dos autores, pesquisadores e ensaístas pós-Estado Novo (...) que queriam construir a democracia, Gilberto Freyre foi, repetindo José Guilherme Merquior, ‘nosso mais completo anti-Rui Barbosa’”. (p.26).
Com relação à visão de pensadores mais democráticos do passado, citando Sérgio Buarque, Florestam Fernandes, Simon Schwartzman e José Murilo de Carvalho, estes formulam as suas críticas à obra gilbertiana quanto “ao iberismo e à visão de uma ‘cultura nacional’, mais próxima da emoção do que da razão”. Fernando Henrique pensa que “terá sido mais fácil assimilar Weber da Ética protestante e da crítica ao patrimonialismo do que ver no tradicionalismo um caminho fiel às identidades nacionais para uma construção do Brasil moderno”. Infere que “o Brasil (...) vivendo uma situação social na qual as massas estão presentes e são reivindicantes de cidadania e ansiosas por melhores condições de vida, vai continuar lendo Gilberto Freyre. Aprenderá com ele algo do que fomos ou do que ainda somos em parte. Mas não o que queremos ser no futuro.” (p. 27).
A título de conclusão sintetiza que em sua obra, “Gilberto Freyre nos faz fazer as pazes com o que somos. Valorizou o negro. Chamou atenção para a região. Reinterpretou a raça pela cultura e até pelo meio físico. Mostrou, com mais força do que todos, que a mestiçagem, o hibridismo, e mesmo (mistificação à parte) a plasticidade cultural da convivência entre contrários, não