A cidade e as serras resumo e análise dos capítulos

9485 palavras 38 páginas
A Cidade e as Serras
Resumo e análise dos capítulos

Introdução
A cidade e as serras é um romance da terceira fase de Eça de Queirós, iniciada com a publicação de A Ilustre casa de Ramires. Ao contrário da fase anterior, marcada por sátiras destrutivas à sociedade portuguesa, nesta fase encontramos uma espécie de pacificação no artista, que substitui o pessimismo amargo das obras anteriores por uma visão mais otimista da sua pátria. Especificamente nesta fase, o tom amargurado do autor, que vê a sua pátria mergulhada na decadência socioeconómica e moral, é substituído por momentos de esperança e reconciliação com o caráter do homem lusitano.

Introdução
Na visão de Eça, esse brotar da esperança só poderia vir do interior de
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É inteligente, não padece de quaisquer doenças e sofrimentos e, do amor, “só experimentou o mel – esse mel que o amor reserva aos que o recolhem (…) com ligeireza, mobilidade e cantando”.

Capítulo I (pp. 5-19) Exaltação da vida urbana


É nas Escolas do Bairro Latino que Zé Fernandes, narrador homodiegético, conhece Jacinto para quem a grande teoria existencial e metafísica se resumia à ideia positivista de que “o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. Um dos seus companheiros do meio académico da Sorbonne condensa essa superior ideia numa fórmula de álgebra: Suma ciência x Suma potência = Suma felicidade Para Jacinto, esta fórmula não é exclusivamente metafísica, mas serve de modelo à vida, concluindo que, “eu civilizado, sou mais feliz que o incivilizado, porque descubro realidades do Universo que ele não suspeita e de que está privado” e que “nos devemos cercar de Civilização nas máximas proporções para gozar nas máximas proporções a vantagem de viver”.(pp.12-13)

Capítulo I (pp. 5-19)


O narrador, homem das serras, não se mostra muito convicto dessa teoria, tanto mais que a ela se associa a ideia de que não se pode separar a civilização da imagem da cidade. Só esta dá a Jacinto a sensação da solidariedade humana, ao contrário do campo que lhe traz “o terror da sua fragilidade e da sua

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