Fichamento Raça-El Hamel
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“RAÇA”, ESCRAVIDÃO E ISLÃ NO MARROCOS: A QUESTÃO DOS HARATIN (Pág 09-12)
Chouky El Hamel
Com a expansão do Islã e dos seus conceitos unificadores, a escravidão e a raça passaram a não ser questionadas nos países norte-africanos, principalmente no Marrocos, na Argélia, na Tunísia e na Líbia, esse silêncio também pode ser observado nas praias setentrionais do Mediterrâneo, para que aja a supremacia da cultura árabe-islâmica sobre outros povos da África. Para garantir o círculo do comércio escravista, foram necessárias as chamadas guerras santas, onde aqueles que fossem capturados estariam sujeitos à escravidão, mesmo as pequenas expedições tinham como principal objetivo a captura de escravos. A escravidão interferia na economia, na política, nos âmbitos sociais e culturais, ou seja, ela interferia em toda a estrutura de uma sociedade que nela se baseava. A metamorfose cultural era inevitável, pois do mesmo modo que os escravos eram inseridos em novos costumes, assimilando-os, deixavam também sua marca cultural nos locais para onde eram levados. Muitos historiadores afirmam que a escravidão islâmica era algo agradável, onde não havia desigualdades raciais e econômicas. Segundo as leis islâmicas a escravização de muçulmanos livres, independentemente de sua cor ou etnia, era considerada ilegal, porém se observarmos Marrocos no séc. XVII veremos que muitos muçulmanos escravizavam uns aos outros, o que também não era permitido por lei. No mesmo século, o sultão Mawlay