Na página 91, o autor faz uma breve introdução sobre a crença da inexistência de uma história na África, pois praticamente não existem documentos, que são as fontes utilizadas pela maioria dos historiadores.
- “O esquecimento desse postulado manteve durante muito tempo os povos africanos fora do campo dos historiadores ocidentais, para quem a Europa era, em si mesma, toda a história.” (p. 91) Com o advento da era pós-colonial os pesquisadores fundaram definitivamente a história africana, mas a construção da metodologia continua até os dias atuais. Hoje, admite-se a existência de fontes particulares para a história africana (geologia, paleontologia, pré-história, arqueologia, paleobotânica, palinologia, medidas de …exibir mais conteúdo…

97) Segundo Obenga, existe um problema de difusão da escrita egípcia na África negra,que amplia o aparato metodológico do historiador. Povos da África negra como os Kikuyu, os Efik, os Mende, os Loma e os Bamun, possuem pictogramas semelhantes aos pictogramas egípcios. Existe uma grande possibilidade de desenvolvimento de uma paleografia absolutamente desconhecida:
- “O historiador tiraria proveito disso, já que, através da história da escrita e das decifrações surge a história dos homens responsáveis por essas grafias.” (p. 98)
- “Uma série de textos mostra claramente que a barreira que se supunha existir entre o Egito faraônico e as demais regiões africanas vizinhas em épocas remotas não está de acordo com a materialidade dos fatos” (p.98) O autor cita dois textos de exemplo, um deles, é O conto do Náufrago, que fornece informações precisas das navegações no Mar Vermelho, no século XX antes de Cristo. Também diz que o problema está em aproximar o antigo egípcio das línguas atuais da África, e que o interessante está muito mais em detectar a amplitude lingüística total de diversas línguas