1 INTRODUÇÃO

A cicatrização de feridas envolve uma série de interações físico-quimicas complexas, onde é necessária a presença de uma gama de nutrientes importantes para a formação dos novos tecidos, na eliminação da oxidação tecidual e na melhora da região lesada1, 2, 3, 4.
O processo de cicatrização divide-se em fases; inflamatória, proliferativa e de remodelação. Essas fases acontecem de forma ordenada, porém podem ocorrer simultaneamente em várias áreas da ferida1, 2, 3, 4.
A fase inflamatória ocorre imediatamente após a lesão e dura de quatro a seis dias. O primeiro evento que acontece é a ativação dos fatores de coagulação com conseqüente formação de coágulo. Há, ao mesmo tempo, ativação do sistema imune e liberação de …exibir mais conteúdo…

A presença de 106 colônias de bactérias por grama de tecido caracteriza infecção. Contudo, uma ferida que apresenta tecido necrótico precisa apenas de 104 colônias de bactérias por grama de tecido. Além disso, só irá ocorrer cicatrização quando a ferida possuir menos do que 106 colônias de bactérias por grama de tecido6.
As bactérias podem afetar a cicatrização de feridas de várias maneiras, como competindo com o tecido em cicatrização e com as células para obtenção de nutrientes e oxigênio. A infecção pode desestimular também a atividade dos fibroblastos na produção de colágeno, além de estimular os leucócitos a libertar lisozimas que destroem o colágeno existente6. Inibem ainda o processo de contração das feridas, pois secretam ativadores exógenos do plasminogenio e produzem enzimas proteolíticas que afetam a matriz extracelular e a angiogênese, dificultando assim a ação de todos os mecanismos de cicatrização7.
Outro mecanismo que pode ser alterado na presença de microorganismos é a inflamação, que é uma parte normal do processo de cicatrização de feridas, e importante para a eliminação dos microrganismos contaminantes. Porém na ausência de eliminação microbiana eficaz a inflamação pode ser prolongada4.
As bactérias e as toxinas endógenas podem induzir à elevação prolongada de citocinas pró-inflamatórias, tais como interleucina-1 (IL-1) e TNF-α, e alongar a resposta inflamatória. Esta inflamação prolongada pode levar então a uma aumento do nível de