EDUCAÇÃO CHINESA x EDUCAÇÃO BRASILEIRA
No entanto, podemos abrir um livro de psicologia infantil e saberemos de suas satisfações, de seus medos, de suas necessidades, de seus peculiares modos de sentir e de pensar. Podemos ler um estudo sociológico e sabe de seu desamparo, da violência que se exerce sobre elas, de seu abandono, de sua miséria. Temos bibliotecas inteiras que contêm tudo o que sabemos das crianças e legiões de especialistas que nos dizem que são, o que querem e do que necessitam, em lugares como televisão, as revistas, os livros, as salas de conferências ou as salas de aula universitárias. Podemos ir a algumas lojas e encontraremos roupas de crianças, …exibir mais conteúdo…
É um outro porque sempre é outra coisa diferente do que podemos antecipar, porque sempre está além do que sabemos, ou do que queremos ou do que esperamos. Desse ponto de vista, uma criança é algo absolutamente novo que dissolve a solidez do nosso mundo e que suspende a certeza que nós temos de nós próprios. Não é o começo de um processo mais ou menos antecipável, mas uma origem absoluta, um verdadeiro início...
A educação é a forma como as pessoas, as instituições e as sociedades respondem à chegada daqueles que nascem. A educação é a forma como o mundo recebe os que nascem. Responder é abrir-se à interpelação de uma chamada e aceitar a responsabilidade. Receber é criar um lugar: abrir um espaço em que aquele que vem possa habitar; pôr-se à disposição daquele que vem, sem pretender reduzi-lo à lógica que impera em nossa casa.
Não se trata, então, de que – como pedagogos, como pessoas que conhecemos as crianças e a educação - reduzamos a infância a algo que, de antemão, já sabemos o que é, o que quer ou do que necessita... Tampouco se trata de que – como adultos, como pessoas que temos um mundo – vejamos a infância como aquilo que temos de integrar no nosso mundo. Como se conhecêssemos de antemão o resultado desse processo de individualização e de socialização através do qual as crianças converter-se-ão em pessoas como nós mesmos. Por fim, não se trata de que – como adultos, como pessoas que já estamos no