Conto de Irene Lisboa
A Rapariga de Pedra é um conto de Irene Lisboa, inserido num dos seus livros “Uma Mão Cheia de Nada Outra de Coisa Nenhuma”.
Era a primeira vez que Aldemiro ia de férias para a serra, já tinha imaginado tudo, desde moinhos a árvores. No …exibir mais conteúdo…
Aldemiro era uma criança (“Para que é que o menino quer saber tanto?”), inocente ("E diziam uns nomes (…) nunca entendi nem precisava de entender"), madrugador ("Habituei-me a sair muito cedo"), aventureiro ("Aos carrapitos da serra é que eu tinha a ambição de chegar, embora me avisassem que por lá havia lobos") e curioso (“Que história! Juro que me encantava. (…) Disfarçadamente fui começando a pedir informações”).
A Rapariga de Pedra aparece como personagem secundária. Ela era bela (“Era de uma beleza sem igual”), adorada e temida ("Por onde ela passava não havia campos secos. Por isso o povo lhe queria bem, embora a temesse"), andava nua (“Andava em carrapato”) e o povo daquela serra era seu descendente (“Parece que o povo nascera deles e que toda aquela gente ainda era aparentada com a rapariga de pedra”).
Para escrever este conto, Irene Lisboa usou linguagem subjetiva e popular, aproximando, desta forma, a história ao ambiente que é descrito (“andavam à vontade os pitos e os bácoros”).
Ao longo do texto predomina a descrição, ou seja a apresentação das características das personagens e dos espaços, sendo utilizados, maioritariamente, os verbos no presente e no pretérito imperfeito.
Estão também presentes figuras de estilo, tais como a enumeração ("Mas a minha grande tentação era a serra, o campo, a liberdade." "E contavam-me tudo: os milagres, as más sortes, os