Contos Novos- Primeiro de Maio
Contos novos, Mário de Andrade
Mário de Andrade
Primeiro de Maio
O conto “Primeiro de Maio”, uns dos 9 contos do livro Contos Novos, de Mário de Andrade, é sobre o conflito de um jovem operário chamado de “35”, que trabalha como carregador de malas, e quer comemorar o Dia do Trabalho, Primeiro de Maio, e passeia pela cidade de São Paulo.
Mas sua euforia se transforma em angústia e medo, pois não conseguiu o que queria, e no fim acaba carregando as malas pesadas para um companheiro, o 22, mostrando solidariedade e fraternidade.
Personagens e Narrador
“35”: o protagonista sem nome, que saiu de casa feliz pronto para comemorar o Primeiro de Maio além de ir trabalhar, e acaba na
Estação da Luz, …exibir mais conteúdo…
Mas parou de sopetão e se orientou assustado. O caminho não era aquele, aquele era o caminho do trabalho.
Uma indecisão indiscreta o tornou consciente de novo que era o Primeiro de Maio, ele estava celebrando e não tinha o que fazer. Bom, primeiro decidiu ir na cidade pra assuntar alguma coisa. Mas podia seguir por aquela direção mesmo, era uma volta, mas assim passava na Estação da Luz dar um bom-dia festivo aos companheiros trabalhadores. Chegou lá, gesticulou o bom-dia festivo, mas não gostou porque os outros riram dele, bestas. Só que em seguida não encontrou nada na cidade, tudo fechado por causa do grande dia Primeiro de Maio. Pouca gente na rua. Deviam de estar almoçando já, pra chegar cedo no maravilhoso jogo de futebol escolhido pra celebrar o grande dia. Tinha, mas era muito polícia, polícia em qualquer esquina, em qualquer porta cerrada de bar e de café, nas joalherias, quem pensava em roubar! nos bancos, nas casas de loteria. O 35 teve raiva dos polícias outra vez.
E como não encontrasse mesmo um conhecido, comprou o jornal pra saber. Lembrou de entrar num café, tomar por certo uma média, lendo. Mas a maioria dos cafés estavam de porta cerrada e o 35 mesmo achou que era preferível economizar dinheiro por enquanto, porque ninguém não sabia o que estava pra suceder. O mais prático era um banco de jardim, com aquele sol maravilhoso. Nuvens? umas