CONTRIBUIÇÕES CULTURAIS DO SECULO XX: IMIGRAÇÃO INTERNA, EXTERNA E GLOBALIZAÇÃO.
Toda migração de trabalho contém em germe a migração de povoamento que a prolongará; e que, em contrapartida, não há imigração reconhecida como de povoamento não tenha começado com uma imigração de trabalho, exceto as migrações de colonização, dos movimentos de populações consecutivos ao estado de guerra ou de remanejamentos de fronteiras. Ou seja: embora as migrações sejam vistas como problema, hoje, por parte de muitas potências econômicas, a história dessas potências também deve muito aos movimentos migratórios, existindo uma dívida histórica nacional a ser resgatada pelos outrora colonizadores. Esse choque entre o imaginado e o real, e entre as culturas do estrangeiro e do nacional, implica, em um primeiro momento, uma rejeição recíproca das sociedades: os imigrantes se isolam, mantendo seus próprios hábitos e costumes; os locais rejeitam os imigrantes, que têm costumes que são diferentes dos seus. Essa rejeição recíproca contribui para que a primeira reação dos imigrantes seja tentar manter na nova terra suas características culturais, principalmente através da formação de guetos onde podem manter o uso da língua, os costumes, a religião e os hábitos alimentares sem necessidade de dar explicações às outras pessoas. Mas, fora dos guetos, são discriminados em razão de seus traços característicos, e aos