Análise do filme o bicho de sete cabeças
Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise crítica do filme O Bicho de Sete Cabeças, articulando o conteúdo do filme ao Movimento de Reforma Psiquiátrica. O filme é riquíssimo em seu conteúdo, pois explora as questões sociais no sistema manicomial, a falta de informação sobre o uso de entorpecentes e conflitos nas relações familiares. Denuncia ainda as violências praticadas dentro de um hospital psiquiátrico, onde indivíduos são classificados como loucos por não se enquadrarem nos padrões de “normalidades” da sociedade eram confinados nesses manicômios e privados do convívio social e familiar.
O filme mostra a urgência de mudanças no campo da saúde mental quando demonstra as práticas desumanas e violentas sofridas …exibir mais conteúdo…
Porém Neto recebe um rótulo de doente mental pelo fato da sociedade não saber lidar com a situação ela exclui um cidadão. “Os hospícios, manicômios e casas de alienados e de psicopatas acabaram assumindo a imagem de isolamento, de cronificaçao e de exclusão social” (AGUIAR, 2009).
Neto foi enganado e levado a instituição, no que deixa de existir como pessoa quando o tem negado o direito de saber sobre sua internação e quando tem um diagnóstico mal feito. A falta de informação leva a família de Neto acreditar nas informações dadas pelo médico responsável pelo manicômio. A família de Neto torna-se cúmplice do hospício; de suas cruéis torturas e da violência sádica dos enfermeiros, que usam todos os recursos do hospício para subjugar os pacientes. Desde a antiga camisa de força, o quarto "forte" e o eletrochoque, terrível arma que apaga a memória imediata e que se aplicado com frequência pode levar uma pessoa a deixar de ser gente, a perder a vontade e a consciência de si.
É o que descreve Denise Dias Barros, Baseada em Michel Foucault:
“A noção de periculosidade social associada ao conceito de doença mental, formulado pela medicina, propiciou uma sobreposição entre punição e tratamento, uma quase identidade do gesto que pune e aquele que trata” (Barros, 1994).
Outros aspectos são relevantes; a segregação das pessoas, onde os internos são separados de um todo, por conta do preconceito social são impedidos