Análise da obra de Arlindo Machado - A Televisão Levada a Sério
"[...] o telejornal não pode ser encarado como um simples dispositivo de reflexão dos eventos, de natureza espetacular, ou como um mero recurso de aproximação daquilo que acontece alhures, mas antes como um efeito de mediação. A menos que nós próprios sejamos os protagonistas, os eventos surgem para nós, espectadores, mediados através de repórteres (literalmente: aqueles que roportam, aqueles que contam o que viram), porta-vozes, testemunhas oculares e toda uma multidão de sujeitos falantes considerados competentes para construir "versões" do que acontece." (Arlindo Machado - A televisão levada a sério - pg.102)
"Tecnicamente falando, um telejornal é composto de uma mistura de distintas fontes de imagem e som: gravações em fita, filmes, material de arquivo, fotograficos, mapas, textos, além de locução, música e ruídos. Mas, acima de tudo e fundamentalmente, o telejornal consiste de tomadas em primeiro plano enfocando pessoas que falam diretamente para a câmera (posição stand-up), sejam elas jornalistas ou protagonistas, apresentadores, âncoras, correspondentes, repórteres, entrevistados etc." (Arlindo Machado - A televisão levada a sério - pg.104)
O telejornal é o lugar onde se dão atos de enunciação a respeito dos eventos. "Não é sem razão que o telejornal, muitas vezes, trata não propriamente dos eventos, mas de suas próprias dificuldades em reportá-los. Quando se está numa situação de conflito particulamente perigosa, a