Análise - Noite de almirante
“(...) respeitando para ser respeitado, funcionava um escritor poderoso e atormentado, que recobria os seus livros com a cutícula do respeito humano e das boas maneiras para poder, debaixo dela, desmascarar, investigar, experimentar, descobrir o mundo da alma, rir da sociedade (...)” De maneira sutil, a ironia e o sarcasmo é a temática principal do conto publicado em 10-02-1884 na “Gazeta de Notícias”. Este aspecto irônico e a ideia de contradição, que são …exibir mais conteúdo…
Com um semblante feliz, Genoveva relata toda a história ocorrida entre ela e o mascate a Deolindo e este, num primeiro momento, quase tem um ataque de fúria; mas sendo submisso a ela por amor e gosto e elevando-a em grande estima, é brecado apenas pelo olhar de Genoveva, demonstrando todo o poder que ela exerce sobre ele . Deolindo, num gesto de desespero e como último recurso, cobra-lhe o juramento que fizeram, mas acaba descobrindo que este não teve o mesmo valor entre eles. Para ele, significou jura eterna e algo concreto em que ele apoiava suas ações, como ilustra o seguinte trecho:
“(...) O pobre marujo citava o juramento de despedida, como uma obrigação eterna, diante da qual consentira em não fugir e embarcar. Se embarcou, foi porque ela lhe jurou isso. Com essas palavras é que andou, viajou, esperou e tornou; foram elas que lhe deram a força de viver (...)”.
Para ela, o juramento foi verdadeiro, porém vulnerável a fatores externos, como a ausência de Deolindo e a presença insistente do mascate. Quando ela jurou fidelidade, era verdade e por isso não se sentiu culpada ou pecadora por nutrir, agora, apenas uma amizade por Deolindo. Ao ser cobrada por ele da jura, Genoveva o surpreende, dizendo: “– Pois, sim Deolindo, era verdade. Quando jurei, era verdade. Tanto era verdade que eu queria fugir com