Alegoria da caverna - platão
Platão, na República, descreve um grupo de homens acorrentados desde a infância, prisioneiros no fundo de uma caverna, ligados e contemplando num muro a sua frente as sombras de objetos projetados por um fogo aceso atrás deles; um dos prisioneiros consegue libertar-se e caminha para sair da caverna, subindo por uma escada escavada nas paredes da caverna; fora da caverna, o prisioneiro olha as imagens ou reflexos das coisas na água, depois as coisas e, finalmente, o sol que ilumina as coisas. Por fim, o prisioneiro volta à caverna para tentar libertar os demais, mas é mal sucedido. Platão relata a Alegoria na forma de um diálogo entre Sócrates e seu irmão Glauco.
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Sócrates – E se ele fosse obrigado a fitar a própria luz, não acreditas que lhe doeriam os olhos e que procuraria desviar o olhar, voltando-se para os objetos que podia observar, considerando-os, então, realmente mais distintos do que aqueles que lhe são mostrados?
Glauco – Sim.
Sócrates – Mas, se o afastassem dali à força, obrigando-o a galgar a subida áspera e abrupta e não o deixassem ante que tivesse sido arrastado à presença do próprio sol, não crês que ele sofreria e se indignaria de ter sido arrastado desse modo? Não crês que, uma vez diante da luz do dia, seus olhos ficariam ofuscados por ela, de modo a não poder discernir nenhum dos seres considerados verdadeiros?
Glauco – Não poderia discerni-los, pelo menos no primeiro momento.
Sócrates – Penso que ele precisaria habituar-se, a fim de estar em condições de ver as coisas do alto de onde se encontrava. O que veria mais facilmente seriam, em primeiro lugar, as sombras; em seguida, as imagens dos homens e de outros seres refletidas na água e, finalmente, os próprios seres. Após, ele contemplaria, mais facilmente, durante a noite, os objetos celestes e o próprio céu, ao elevar os olhos em direção à luz das estrela e da lua – vendo –o mais claramente do que ao sol ou à sua luz durante o dia.
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Por fim, acredito, poderia enxergar o próprio sol – não apenas sua imagem refletida na água ou em outro lugar -, em seu lugar, podendo vê-lo