A visão do feminino no trovadorismo
Amanda Ávila Barbosa ¹
O feminino muitas vezes não é valorizado, não havendo igualdade nos direitos estabelecidos, entre homens e mulheres. Assim, esta análise pretende verificar a presença do feminino na narrativa histórica “A Lenda de Gaia”, de Luciano Rossi, como na “A Cantiga da Ribeirinha” de Paio Soares de Taveirós.
Em “A Lenda de Gaia”, podemos observar que há dois exemplos femininos completamente distintos. Temos a moura, irmã de Alboazer Alboçadam, pela qual Rei Ramiro diz se apaixonar por sua bondade e formosura e a qual quer casar deixando sua esposa. Mulher a qual não tem voz ativa, e na verdade, após seu casório com Rei Ramiro, é tratada como um objeto por toda a história, como se fosse um “brinde”, um ganho. Não há momento algum na narrativa em que a moura fale algo. Ela é apenas falada pelos outros personagens, como por exemplo nesta fala:
(...)avia por bem de casar com dona Artiga, que era d’alto linhage. E elles todos a huua voz a louuarom e ho ouuerom por bem, por que dissera por ella o gramde estrollogo Aman que ela era pedra preciosa antre as molheres que naquelle tempo avia.
E temos a Rainha Aldora, mulher de Rei Ramiro, uma mulher de voz ativa e opinião própria. Mostra plenamente sua posição e seus direitos. Pode-se observar em muitas partes da narrativa este feito: “E a rrainha lhe disse que lhe fosse por elle e o trouuesse encubertamente.”; nesta parte da narrativa se vê bem a opinião da rainha:
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