Enviado por Ana Clara Mourão Moura
Palavras-chave: remote sensing, image processing, sensoriamento remoto, processamento de imagens.
As imagens obtidas pelo SRTM – Shutle Radar Topography Mission têm garantido amplas aplicações nos estudos espaciais, desde os processos de comunicação visual até a produção de cartografia básica de precisão e mapas de análise espacial.
Nos testes com o uso do SRTM aplicamos metodologias de destaque de informações topográficas que têm sido muito úteis para aplicações de geoprocessamento destinado ao turismo, mas que podem se estender também a quaisquer utilizações que visem a compreensão da morfologia de um território.
Por outro lado, a utilização do SRTM é base para a geração de produtos resultantes de análises topográficas, entre as quais destacamos, no presente trabalho, a composição de novo mapa de recursos hídricos para o estado de Minas Gerais – Brasil.
Os estudos de distribuição de drenagem em Minas Gerais fazem parte de uma pesquisa maior, que propõe o emprego de recursos de geoprocessamento, mais especificamente na organização de um Sistema de Informações Geográficas, para promover a integração de um conjunto de dados cadastrais, cartográficos e oriundos de análises espaciais por sensoriamento remoto, visando caracterizar a esquistossomose mansoni e os hospedeiros intermediários do S. mansoni no Estado de Minas Gerais. Objetiva-se inicialmente determinar as relações entre variáveis ambientais e a distribuição da doença e dos moluscos, para então desenvolver modelos que possam ser utilizados, por extrapolação, para prever o risco da esquistossomose em áreas nas quais não existem dados disponíveis.
Um dos campos de aplicação dos recursos de geoprocessamento reside na composição de produtos que ajudem o usuário, e até mesmo o usuário leigo, a compreender o território mapeado. As imagens de satélite, as ortofotos ou mesmo os mapas temáticos hipsométricos podem ter suas capacidades de informação potencializadas se combinadas com produtos SRTM.
Na revisão bibliográfica sobre o tema, verificou-se a produção de estudos semelhantes na China, na Etiópia e na Bahia, e todos eles elegem como variáveis de análise espacial a vegetação (NDVI), a variação de temperatura e o número de meses secos (CARVALHO,1988), (BAVIA,1999) (BAVIA.2001) (BECK,1999) (e (MENDES,2001). Contudo, os estudos com os especialistas da área nos informaram que a doença só ocorre com a existência de hospedeiro intermediário, e que este só vive em coleções hídricas (brejos e represas ou córregos e ribeirões). Os cursos d´água não devem apresentar fluxos de velocidade da água acima de 29 cm/s, pois caso contrário o caramujo não se fixa, e a presença de matéria orgânica favorece as coleções hídricas. Em períodos de seca ocorre maior concentração de caramujos e aumenta a difusão da doença.
Diante das informações, observou-se que o estudo sobre a influência dos cursos e corpos d´água seria fundamental, uma vez que esta é a variável indispensável para a ocorrência do hospedeiro intermediário. A contemplação desta variável constitui contribuição expressiva aos estudos sobre a esquistossomose, pois visa a criação do índice de acessibilidade à água e a análise da correlação entre esta variável e o fenômeno, assim como de sua participação no conjunto de variáveis que propiciam a ocorrência do caramujo e da doença. A produção deste índice gera produtos secundários de grande interesse para Minas Gerais, pois fornece um retrato da distribuição hídrica no estado.
A pesquisa baseou-se em duas etapas de tratamento de dados: inicialmente concentrou-se na manipulação de informações vetoriais existentes, para então propor a geração de informações a partir de imagens SRTM.
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