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Anexo 2 – DVD
Contém os vídeos editados das entrevistas, as entrevistas em áudio completas e a dissertação em pdf.
Agradecimentos
Ao meu companheiro Pedro Ono, amado mergulhador, que agüentou meus momentos de angustia, discutiu bravamente nosso texto, teve paciência de me acompanhar nas entrevistas, e ainda, ao chegar em casa cozinhava para nós.
Aos meus pais, Adilson e Inez, sem eles, jamais teria conseguido.
À querida e paciente orientadora Rosane Preciosa, que soube administrar com muito humor e eficiência minha ansiedade. Aos apontamentos da adorável banca formada por Kathia Castilho, Caio Vassão e mais uma vez Rosane Preciosa.
Às preciosidades dos depoimentos das usuárias Vanessa Vasques, Keith Andrade, Jacqueline Ramos, Karin Camargo e Nelly Nahum.
Aos precisos depoimentos dos ortopedistas Dr. Walter Targa e Dr. Túlio Diniz.
Aos fisioterapeutas Nivaldo Baldo, Sandra Scarpin e Rita Lazuri, por suas sensíveis contribuições.
À querida amiga e engenheira Dra. Cintia Margi por suas exatas colocações.
Aos amigos, também engenheiros: Vivian Hassegawa, Edson Hobo e Celina Kawasima pelas calorosas discussões.
Ao jovem Yuji Kawasima, pela edição do DVD.
Ao caro Luciano Matsuzaki, pela criação da identidade visual do DVD.
A todos, muito, muito obrigada !!!
Dissertação de Mestrado em Design Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu. Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Universidade Anhembi Morumbi, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Design, na área de concentração Design, Arte e Moda.
Orientação: Profa. Dra. Rosane Preciosa / Co-orientação: Profa. Dra. Suzana Martins
Banca Examinadora: Profa. Dra. Rosane Preciosa (orientadora) Universidade Anhembi Morumbi
Profa. Dra. Kathia Castilho Universidade Anhembi Morumbi
Prof. Dr. Caio Vassão Centro Universitário SENAC - SP
São Paulo, fevereiro de 2009
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da Universidade, do autor e do orientador.
R679c Roncoletta, Mariana Rachel Calçados sensuais para mulheres excepcionais: uma reflexão sobre design de calçados para mulheres portadoras de restrições físicas /
Mariana Rachel Roncoletta – 2009 133f.: Il; 30cm Orientação: Profa. Dra. Rosane Preciosa Co-orientação: Profa. Dra. Suzana Martins Dissertação (Mestrado em Design) – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2009.
Bibliografia: f. 124-130.
1. Design de calçados. 2. Pessoas portadoras de necessidades especiais. 3. Moda contemporânea. 4. Design inclusivo. 5. Styling. Calçados sensuais para mulheres excepcionais: uma reflexão sobre design de calçados para mulheres portadoras de restrições físicas.
CDD 741.6
Autor:
Mariana Rachel Roncoletta
Graduada em Design com Habilitação em Moda pela Faculdade Santa Marcelina (1992). Pós-Graduada em Comunicação e Marketing (2005) pela Universidade Anhembi Morumbi; Especialista em Jornalismo de Moda (2007) e Mestre em Design (2009) pela mesma instituição. Há mais de 15 anos, atua como stylist e editora de moda na criação de imagens para diversas mídias, e há 8 pesquisa as relações entre moda e portadores de restrições físicas.
[1] Os termos "portador de necessidades especiais" (PNE), ou "portador de restrição física" serão utilizados nesta pesquisa em vez do termo "portador de deficiência física", devido á possível conotação negativa deste último, conforme a OMS - Organização Mundial de Saúde: "A palavra restrição está ligada a fatores externos á pessoa, pois um ambiente pode trazer restrições a uma pessoa, já a palavra deficiência se relaciona aos fatores fisiológicos do indivíduo que a colocam em desvantagem em relação ao outro". OMS (WHO - ICF 2001) apud Pinto e Dischinger (2007:02).
[2] Termo utilizado pela Comissão de Ética em Pesquisa para descrever todos os envolvidos, ou seja, os usuários, ortopedistas, fisioterapeutas e designers entrevistados são sujeitos desta pesquisa.
[3] COF - Clínica de Ortopedia e Fisioterapia.
[4] A Clínica Nivaldo Baldo, especialista em fisioterapia para atletas, trabalha com diferenciação de membros inferiores desde 1978.
[5] IBTeC - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos.
[6] Eram editos difundidos pela Itália, França e Espanha que proibiram as classes plebeias a se vestirem como os nobres, de exibir os mesmos tecidos, acessórios e joias na tentativa de lembrar que cada um tinha o seu lugar na hierarquia social. Lipovetsky (1989:40).
[7] A obra Phénoménologie de la Perception foi publicada originalmente em 1945 pelo filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.
[8] Nos últimos anos, diversas publicações de pesquisadores têm abordado a temática do corpo: moda e corpo, Castilho e Galvão (2002); corpo e beleza, Vigarello (2005); corpo, semiótica, design e moda, Castilho e Martins (2005); corpo e subjetividade, Garcia (2006); corpo, arte e moda, Villaça (2007); corpo, beleza e feiura, Eco (2007), dentre outros. Já me aventurei na temática "moda e transformações corporais", tema central do TCC de Pós-Graduação em Comunicação e Marketing de Moda (2005). Aproveito a oportunidade para aprofundar alguns pensamentos.
[9] Modismos ou tendências de moda são mecanismos de simulação e imposição de padrões estéticos, entendidos como modelos (cores, proporções, formas, estampas, volumes, maquiagens, etc.), encontrados como denominadores comuns de uma determinada estação, difundidos pelos desfiles de moda, indústria têxtil, mídia e atitudes comportamentais. (Lipovetsky 1989; Mesquita, 2004; Jones, 2005; D'Almeida, 2007, dentre outros). Por exemplo, para o verão 2009, as franjas e babados puderam ser consideradas tendências estéticas por estarem presentes nos desfiles de diversos designers de moda: Jil Sander, Martin Margiela, Alexander McQueen, Reinaldo Lourenço, Chanel, Gloria Coelho, Alexandre Herchcovitch, dentre outros.
[10] Para se aprofundar no assunto, ver: SANTAELLA, Lucia. Culturas e artes do pós-humano. São Paulo: Paulus, 2003.
[11] Termo utilizado para acentuar as relações do indivíduo com a sociedade antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para se informar sobre as terminologias apropriadas, ver: PESSOA com Deficiência, acesso de outubro a novembro de 2008. Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/portal.php/informacoes/terminologia
[12] Para saber mais sobre o assunto ver: NARUYAMA, Akimitsu. Freaks. Tradução de Marta Jacinto. Barcelona: Centralivros, 2000; e RONCOLETTA, Mariana Rachel. Deformidades Formidáveis. Monografia de Pós-Graduação em Comunicação de Moda: São Paulo: UAM, 2005.
[13] O Decreto nº 3.298/1999 dispõe para a integração da pessoa portadora de deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências. O Decreto nº 5.296/2004 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade para PNEs ditos da Legislação Federal. Temos também as legislações estaduais e municipais. PRESIDÊNCIA, acesso em outubro de 2008. Disponível em http://www.presidencia.gov.br/legislacao/
[14] As entrevistas ocorreram no mês de outubro de 2008. Estes são apenas dois relatos. Durante nossa conversa muitos foram os exemplos citados por ambas.
[15] Segundo Santaella (2003) são várias as definições de cultura, existe consenso de que cultura é aprendida, que é variável e se manifesta em instituições, padrões de pensamento e objetos materiais.
[16] Segundo Seeling (Op. cit.:15-20), a alta-costura vive seus primeiros momentos de reconhecimento na Exposição Mundial de Paris, em 1900, quando alguns costureiros consagrados, dentre eles Worth e Doucet, apresentaram suas criações no Pavillon de l'Élégance. Charles Frederick Worth, de origem inglesa, é considerado o pai da alta-costura, por assinar suas criações como se fosse um artista (couturier). Em 1858, fundou sua casa de costura (maison) em Paris, onde apresentava suas coleções anualmente. As relações entre moda e arte remontam a estes tempos, quando o couturier era visto como um artista.
[17] Entende-se por look uma organização na construção de determinadas roupas, associadas á postura corporal, á atitude, ao cabelo, á maquiagem, etc. Garcia e Miranda (2005:31).
[18] Para se aprofundar no assunto, ver: MORIN, Edgar e ADORNO, Theodor. La industria cultural. Buenos Aires: Editora Galerna, 1967.
[19] SPFW - São Paulo Fashion Week. Evento paulista que pertence ao calendário oficial internacional de desfiles de moda. Originou-se do Morumbi Fashion Brasil, idealizado por Paulo Borges, nos anos 1990. Acontece em duas edições anuais, sendo em janeiro a edição de inverno e, em junho, a de verão. O evento não é restrito aos paulistanos: designers de diferentes origens apresentam suas marcas, dentre eles, o paraense Lino Villaventura e a marca carioca Maria Bonita, atualmente desenvolvida pela designer Danielle Jensen participam desde a primeira edição do Morumbi Fashion.
[20] Casting vem do verbo to cast15, uma apropriação do termo em inglês usado frequentemente no mercado de moda. Segundo o dicionário Oxford "é a seleção de um particular ator para uma peça, filme, etc". Steel (2000:100).
[21] DICIONÁRIO de medicina on line, acesso em maio de 2007. Disponível em: http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/pr%C3%B3tese.htm
[22] Em sua obra o autor relata a tarefa (configurar os produtos de acordo com as condições perceptivas humanas atendendo sua percepção multissensorial) desenvolvida na Escola Profissional de Bielefelf durante o inverno de 1973/1974 na disciplina "Problemas Práticos da Ergonomia". Nesta tarefa, os alunos criaram um mostrador de balança que transmitia maior segurança (entendida como sensação ou estado psíquico) no processo de leitura por sua aparência melhor estruturada. Löbach (2001:59-64).
[23] Segundo Tejo (2005:29-31) o curador é, por definição, um mediador com o objetivo de comunicar a obra de arte ao público através da sua interpretação. Sob a perspectiva pós-moderna, isto significa que, as subjetividades do próprio indivíduo-curador são levadas em consideração.
[24] O termo fashion é empregado para reafirmar a importância da moda como sistema, sendo os fashion stylists destacados como organizadores do conceito criativo de uma imagem de moda. O styling é "o produto imagético" do stylist. Roncoletta e Barros (2007:13).
[25] CSID: International Council of Societies of Industrial Design. "A Missão do Design é uma atividade criativa cuja finalidade é estabelecer as qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas, compreendendo todo seu ciclo de vida. Portanto, o design é o fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial para o intercâmbio econômico e cultural." Trad. da autora.
[26] A teoria de reprodução de classes e gostos culturais de Bourdieu, segundo Crane (2006:32): "é útil para a compreensão de como diferentes classes sociais correspondem aos bens culturais e a cultura material em sociedades altamente estratificadas... descreve as estruturas sociais como sistemas complexos de culturas de classes constituídos de conjuntos de gostos culturais e estilos de vida que a eles se associam".
[27] "Eu não quero que as pessoas achem que eu sou bonita apesar da minha deficiência, mas por causa dela. Esta é minha missão: mudar o conceito do que é belo e do que não é". (Revista Dazed & Confused 46, 1998:82).
[28] O desenvolvimento técnico das próteses é tão avançado que, em 2008, o atleta paraolímpico sulafricano, Oscar Pistorius, teve seu pedido de participar das Olimpíadas de Pequim negado pela Federação Internacional de Atletismo. Estudos consideraram vantagens das próteses de fibra de carbono com relação aos corpos de carne e osso dos demais atletas. Em maio do mesmo ano, o atleta entrou com recurso e ganhou o direito de participar das seletivas preolímpicas. PRESSE, France. "Sul Africano com próteses ganha o direito de competir na Olimpíada" - Folha de São Paulo On-Line, 16/05/2008. Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u402542.shtml
[29] Os termos normal e posteriormente perfeitos são enfáticos. Não temos intenção de discutir as constituições corporais, apenas os utilizamos para reafirmar a diversidade corporal.
[30] No artigo referido, a autora demonstra doutrinas do design socialmente responsável em diferentes áreas: educação, saúde, inclusão social, ecologia, política comercial, política econômica, governo e crime. Para maior aprofundamento, leia: Cooper in Santos (2005:79-85).
[31] A obra Design for the real world foi publicada originalmente em 1970.
[32] Segundo Margolin (2002:26-28), no modelo de mercado são desenvolvidos produtos para um mercado consumidor em potencial, enquanto no modelo social os produtos seriam desenvolvidos para satisfazer as necessidades humanas. Entendem-se como produtos os artigos ou serviços materiais ou imateriais.
[33] Termo utilizado pelo autor para referir-se á responsabilidade do designer em projetar objetos, consequentemente "fazer" cultura. Para o autor, "o processo de criação e configuração dos objetos envolve a questão da responsabilidade, e por consequência da liberdade. Neste contexto, aquele que projeta objetos de uso [que faz cultura] lança obstáculos no caminho dos demais, não há como mudar isso." Flusser (2007:196).
[34] Técnica utilizada para explorar os estágios iniciais de uma pesquisa e pode auxiliar o designer a desenvolver ideias mais profundamente. Seivewright (2007:34-35).
[35] "Ambos produtos foram rejeitados por enfatizarem através da plasticidade estética as deficiências dos usuários, eles eram imediatamente rotulados como deficientes ou incapacitados."
[36] Para o autor, os produtos podem proporcionar diferentes tipos de prazer: a) físico - associado ao prazer dos sentidos (tato, visão, audição, olfato, paladar) e sexual; b) social - associado aos prazeres interpessoais com as relações sociais; c) psicológico - se refere ao prazer da mente em realizar tarefas relacionadas á usabilidade e compatibilidade dos produtos considerados amigáveis, por exemplo; e d) intelectual associado aos valores estéticos e morais de uma determinada cultura, geração ou indivíduo. Jordan (Ibidem:171-181).
[37] Mulheres com corpos de menino, achatamento dos seios, vestidos curtos logo abaixo do joelho, cintura deslocada para o quadril e cabelos curtos difundido por Chanel, segundo Seeling (Op. cit.:99).
[38] Segundo Coelho (2008:36) "Em design, quando se fala de estilo de um produto, pensa-se em suas características formais, isto é, nos elementos visuais que lhe atribuem certa personalidade em razões de autoria ou época. O produto passa, então, a ser identificado por tais características." O autor acrescenta: "... o estilo também tem a ver com os valores que são atribuídos a determinado produto. Neste sentido está relacionado ao gosto e a moda."
[39] Utilizaremos o termo fôrma, com acento, para nos referir a fôrma de modelagem, que representa o volume dos pés, substituindo-os no momento da fabricação dos calçados. O termo forma, sem acento, será utilizado com referência a aparência física do calçado.
[40] "Em 1920, os americanos já possuíam uma excelente produção industrial calçadista, mas existiam poucos designers americanos. A industrialização dos calçados necessitou de protótipos originários dos designers franceses".
[41] Casas de alta-costura, como a de Paul Poiret.
[42] "A campanha fez tanto sucesso que todos os sapatos derivados deste estilo ficaram conhecidos genericamente como Mary-Janes"
[43] As sandálias Bar (algo que obstrui, tira, em inglês) são reconhecidas pela quantidade e formato das tiras no peito do pé. T-bar, tira em formato T; Cross-bar, tiras cruzadas; Two-bar, duas tiras, e assim sucessivamente.
[44] No Brasil os stilettos são conhecidos como escarpins ou decotados: possuem saltos finos que podem variar na altura. (IBTeC, 2007).
[45] "O bom designer de calçados requer artísticas e científicas habilidades - seus sapatos devem parecer e servir bem. O equilíbrio entre conforto e beleza nem sempre é fácil de se obter... Suas criações combinam prazer e precisão mecânica." Tradução da autora.
[46] O sapato possui duas grandes partes distintas: o cabedal é a parte superior do calçado e o solado compõe a parte inferior. Cada uma delas possui diferentes elementos. Fonte: IBTeC (2007:28). Ver fig. 30, na página seguinte.
[47] Existem vários livros publicados sobre o designer. Sua marca também tem um museu o Salvatore Ferragamo Museum, em Florença - Itália desde 1995, e pode ser visitado no site: http://www.salvatoreferragamo.it/row/#folderId=/row/themuseum Acessado entre maio de 2007 a outubro de 2008.
[48] O ½ ponto americano, originário do sistema de pontos da numeração do comprimento da fôrma inglesa, engloba a numeração justa da fôrma acrescidos também da largura dos pés, ou seja, podem ser encontrados calçados que se acomodam melhor nos pés devido á maior variação de numeração. Os sapatos americanos ainda possuem diferentes numerações entre gênero masculino, feminino e infantil. Para saber mais sobre o assunto ver: SCHMIDT, Mauri Rubem. Dossiê técnico - Modelagem técnica de Calçados. SENAI-RS, 2007. Disponível em: http://www.sbrt.ibict.br, acesso em outubro de 2007.
[49] A palmilha de montagem, também conhecida como entressola, é a base composta pela planta, reforço, alma de aço e rebites utilizada na montagem do cabedal. Atualmente produzida em diferentes materiais, pode ser comprada pronta. Para saber mais: STOFFEL, Minélia Raquel. Cartilha do calçado - IBTeC. Novo Hamburgo: IBTeC, 2007.
[50] "O bom design comportamental deve centrar-se no ser humano, concentrando-se em compreender e satisfazer as necessidades das pessoas que realmente usam o produto". Norman (2004:104).
[51] Este levantamento foi realizado durante os anos de 2004-05 durante a pesquisa Deformidades Formidáveis. Segundo nossos entrevistados ortopedistas e fisioterapeutas, e a partir de nova busca nos sites de pesquisa Elsevier, SciELO, EBSCO e Science Direct, o foco é no desenvolvimento de próteses e calçados para diabéticos. No Brasil, existem diversas pesquisas que envolvem diabéticos, como a do Instituto do Pé, do HC coordenado por nosso entrevistado, Dr. Túlio Diniz, e a pesquisa de Rosa Valim disponível na PUC-RIO: http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br, acesso em maio de 2007.
[52] A Dra. Vânia de Freitas foi convidada pela fisioterapeuta Rita Lazuri para participar de nosso encontro sobre calçados, devido á sua íntima experiência com o assunto, como médica e portadora de restrição física.
[53] Os depoimentos dos entrevistados encontram-se no DVD em anexo.
[54] Modelo de sandália de tiras reguláveis que fixam melhor os pés no cabedal; pode também possuir um estudo de sola. É muito usado por esportistas em caminhadas e trilhas. IBTeC (Op. cit.:16).
[55] Ortopedistas, fisioterapeutas e usuários.
[56] Referindo-se a ISO DIS 9241-11. ISO - International Standards Organization.
[57] Para saber mais sobre o assunto, leia a tese de doutorado no programa de Engenharia de Produção de: MARTINS, Suzana Barreto. O conforto no vestuário: uma interpretação da ergonomia. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.
[58] "É necessário não somente ter compreensão sobre como as pessoas usam os produtos, mas também o papel que tais produtos têm na vida das pessoas." Tradução da autora.
[59] "O conforto sendo definido, operacionalmente como ausência de desconforto, fica claro que os produtos que podem oferecer prazer físico, além do conforto, mergulham no terreno da sensualidade (no sentido de estimulação dos sentidos). A seda, por exemplo, é um material que tem uma positiva experiência ao ser usada." Tradução da autora.
[60] Além dos dossiês técnicos da IBTeC e SBRT, acrescentamos informações obtidas com o Prof. Ms. Guto Marinho, coordenador da Pós-Graduação em Design de Acessórios da Faculdade Santa Marcelina - SP. Durante os meses de agosto a outubro de 2007 participei do curso de extensão Design de Calçados, promovido pela instituição referida.
[61] Ao perguntarmos aos especialistas sobre o salto alto, a maioria foi a favor do uso do salto alto médio de até 4 cm de forma moderada. Saltos de mais de 6 cm devem ser usados apenas durante alguns momentos do dia. Ao serem questionados sobre como mensurar o quanto do salto usar, eles responderam que seus pacientes devem usar o bom senso, isto é, saber conhecer seu corpo e seus limites. O Dr. Túlio Diniz foi completamente contra o uso do salto de mais de 4 cm, independentemente da situação.
[62] Para saber mais: SBRT- Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas, acessado entre maio de 2007 a maio de 2008. Disponível em: http://www.sbrt.ibict.br/pages/index.jsp
[63] Informações obtidas por intermédio dos ortopedistas Dr. Túlio Diniz, Dr. Walter Targa e do fisioterapeuta Nivaldo Baldo.
[64] Calcanheira é uma espécie de palmilha só para calcanhar.
[65] Em caso de emergência, como aquela festa com sapato novo que você não teve a oportunidade de levá-lo ao sapateiro ainda, pode-se riscar diagonalmente formando um quadriculado na sola do sapato de couro com um estilete. Estas ranhuras vão proporcionar maior atrito com o chão, e lhe fornecer maior segurança. Era um recurso muito utilizado pelos produtores de moda durante os desfiles do Morumbi Fashion Brasil, atual SPFW.
[66] "O postulado da Gestalt afirma que toda forma psicologicamente percebida está estreitamente relacionada ás forças integradoras do processo fisiológico cerebral que a procura de estabilidade, tende a organizar as formas unidades coerentes e unificadas." GOMES FILHO (2008:19).
[67] CHIC, disponível em: http://chic.ig.com.br/materias/444501-445000/444935/444935_1.html Acesso em agosto de 2007 a setembro de 2008.
[68] Nos últimos anos, diversos pesquisadores (Norman, 2000; Jordan, 2000; Mont'Alvão e Damazio, 2008) dedicam-se a desvendar as relações entre design & emoção. Alegam que um produto não se diferencia mais por sua qualidade ou por sua performance, requisitos já esperados do mesmo. Questionam-se sobre o diferencial de uma marca ou produto. A obra Design Ergonomia Emoção, organizada por Mont'Alvão e Damazio, traz uma série de artigos publicados em congressos internacionais por pesquisadores brasileiros com diferentes enfoques sobre o assunto.
[69] Todas as nossas entrevistadas passaram por diversas cirurgias devidos ás suas restrições físicas. Além das cirurgias ortopédicas, são necessários anos de tratamento fisioterapêutico para recuperarem ou aprimorarem o máximo possível do potencial de força, resistência e equilíbrio muscular. Ainda são recomendados tratamentos como acupuntura, para alívio de dores, e reconexões dos eixos energéticos do corpo; tratamentos como pilates e RPG, para redescobrirem o alinhamento corporal, e até mesmo a conscientização postural, um tratamento que alia corpo e mente, e refaz as sinapses cerebrais. São anos de dedicação, que também envolve alto custo financeiro.
[70] A sociedade pós-industrial descreve a rápida queda entre o número de operários, a partir da década de 1970, e o avanço do setor de serviços. "O termo pós-moderno mostra ser um campo minado de noções conflitantes. Embora de caráter controvertido, consegue porém caracterizar, melhor do que outros, a cena cultural atual. A predominância de seu emprego talvez explique porque expressa adequadamente o clima de mudança cultural em que vivemos. Mas há quem prefira chamar a era atual de modernidade tardia (Ulric Beck), neomoderno (Rouanet), hipermodernidade (Lipovetsky) ou - para se contrapor á rigidez da modernidade de outrora denominada sólida - modernidade liquida (Bauman)". O autor ainda acrescenta: "A produção [de artefatos] é feita segundo o gosto do consumidor, adaptada aos seus desejos e necessidades muito específicos, em estado constante de alteração." Carmo (2007:179).
[71] Realizamos as entrevistas nas casas dos usuários, para que assim pudéssemos conhecer um pouco mais de suas vidas e visitar seus guarda-roupas.
[72] Ela fala que a maior dificuldade de seus tratamentos físicos foi o despreparo psicológico para enfrentá-los. Suas cirurgias obtiveram bons resultados, mas sabe que devia ter se preparado melhor para enfrentar o desconhecido. Foram anos de tratamento sem saber muito bem quais as conseqüências e desafios. Acrescenta que todas as decisões de sua vida atual são pesquisadas anteriormente, o que come, veste, o que vê.
[73] Durante a entrevista de quase 2 horas, Karin comenta várias vezes sobre discriminação social. Diz que tem suas mágoas, mas não é uma pessoa amarga. Já aprendeu a se aceitar há muito tempo.
[74] Expressão enfática de bacana, legal.
[75] No dia 19 de novembro de 2008 foi lançado o concurso "Moda Inclusiva", uma iniciativa entre a Universidade Anhembi Morumbi, Governo do Estado de São Paulo e a empresa Vicunha. Para saber mais ver PESSOA COM DEFICIÊNCIA, acesso em novembro de 2008, disponível no link: http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=91&c=31. A REATCH, Feira internacional de tecnologia, reabilitação, inclusão e acessibilidade, realiza desde 2004 o Reafashion, noite de desfiles e palestras sobre moda inclusiva sob orientação da Profa. Maria de Fátima Grave, acesso de setembro de 2003 a outubro de 2004, disponível no link: http://www.feirasnacipa.com.br/reatech/
[76] Nenhuma das nossas entrevistadas conhecem os designers ou os desfiles aqui apresentados de McQueen e Rei Kawakubo. Também não conhecem os designers brasileiros Karlla Girotto nem o desfile de Carlos Mieli para marca M.Officer, quando Ranimiro Lotufo, apareceu em pleno SPFW utilizando próteses. Roncoletta (2005:52).
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