Neste texto, analisa-se o discurso publicitário vinculado à imagem urbana de Maringá, PR. A cidade, juntamente com outras, formou-se e desenvolveu-se sujeita ao processo de estruturação de uma rede urbana hierarquizada no intuito de desbravar o Noroeste do Paraná. A concepção da cidade, cujo plano inicial foi elaborado em meados da década de 1940, está relacionada aos interesses da Companhia de Terras Norte do Paraná – CTNP (posteriormente denominada Companhia Melhoramentos Norte do Paraná – CMNP) que, contando com uma intensa propaganda auto-glorificadora, visou atrair colonizadores para a aquisição de áreas agrícolas e urbanas planificadas (GONÇALVES, 1999).
O discurso inicial da CTNP/CMNP vem sendo consolidado nas diversas transformações realizadas no espaço urbano de Maringá. Os temas recorrentes são cristalizados, tanto através de propagandas, que alardeiam o caráter de cidade agradável e segura, como espacialmente, em decisões para a expansão da cidade e em projetos urbanos. Em vista disso, a população é levada a aceitar o que se difunde como solução mais concertada.
O objetivo é analisar as propagandas que veicularam como reportagens em revistas nacionais, nas quais se evidenciou o discurso promotor da imagem e da forma urbanas e, também, projetos que estimulam a valorização imobiliária e, sobretudo, a segregação urbana inerente ao processo de expansão da cidade, reiterando o discurso voltado para o investimento empresarial.
Como estratégia de interpretação, procura-se o deslocamento das perspectivas com o propósito de compreender a mobilidade dos objetos que se colocam para promover a imagem urbana e a imagem publicitária de Maringá. Partindo do reconhecimento das finalidades para reconhecer as causas, aprofunda-se a consciência dos fins para aprofundar a consciência das causas (WAIZBORT, 2000).
Fabíola Castelo de Souza Cordovil
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