O grupo de Itatiaia teve início a partir de agosto de 1952, no Parque Nacional de Itatiaia (entre RJ e SP), em local cedido pelo Ministério da Agricultura, quando começou a reunir-se – ocasionalmente – um grupo de intelectuais, entre eles paulistas, cariocas, católicos, antigos integralistas, conservadores e outros de posições mais à esquerda.
A tônica dos debates, inicialmente, era a discussão teórica por parte de estudiosos que tinham em comum certa configuração intelectual, influências de certos autores e um desejo de impulsionar um pensamento genuinamente brasileiro.
Embora o grupo se consolide no Rio de Janeiro (e ali finque raízes), nos primórdios, intelectuais paulistas – sobretudo ligados ao IBF (Instituto Brasileiro de Filosofia) e à Revista Brasileira de Filosofia – participaram do começo das discussões em Itatiaia (em 1952). Os paulistas – Roland Corbisier, Ângelo Simões de Arruda, Almeida Salles, Paulo Edmur de Souza Queiroz, José Luiz de Almeida Nogueira Porto e Miguel Reale (também contavam com um professor italiano chamado Luigi Bagolini) – eram liderados por Vicente Ferreira da Silva (filósofo cujos seminários eram muito conhecidos na cidade de São Paulo) que, como outros pensadores, guardava certo distanciamento da institucionalização e do ensino filosófico ministrado na USP – de inspiração européia, francesa em essência, devido às “missões” – e eram pejorativamente chamados por João Cruz Costa (professor uspiano) de “filósofos municipais”.
Os outros participantes (cariocas), dentre eles os que mais tarde formariam o IBESP e o ISEB e ficariam conhecidos como “isebianos históricos” (principalmente Guerreiro Ramos, Helio Jaguaribe, Nelson Werneck Sodré e Cândido Mendes de Almeida), tinham com os paulistas – mormente seu líder – algumas influências comuns, mas, segundo Paiva (1986, p. 32), distinguiam-se:
Edison Bariani
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