A educação popular no Brasil, ainda é tida como algo marginal, mesmo sendo aceita em algumas universidades. De forma geral, é vista como algo dos empobrecidos e empobrecidas. O feminismo, por sua vez, é mais diminuído, ainda, a ponto de não caber dentro da educação popular, porque evoca um poder popular incluindo as mulheres.
O objetivo deste artigo é possibilitar a reflexão, ou fazer a provocação entre os temas Educação Popular e Feminismo: até onde se entrecruzam? Ou... poderia-se dizer, até onde combinam? Como aparecem juntos, ou, ainda, não foram pautados conjuntamente, e, por quê?
Analisando o processo educacional no Brasil, não é nenhum pouco difícil constatar que foi, e continua sendo bastante caótico. Conforme Saffioti (1969), a educação jesuítica brasileira que vigorou até a metade do século XVIII apenas catequisava as mulheres, ensinando, em primeiro lugar, a submissão aos preceitos da igreja, e em segundo, ao marido. Era esta a única forma do saber “oficial”, que ensinava o ler e o escrever, basicamente.
Triviños (2003), afirma que a educação brasileira tem sido, em sua grande maioria, reprodução de modelos estrangeiros, sendo de caráter raso e pouco reflexivo. Para complementar, Paludo (2001), argumenta, também, que a educação brasileira passa a ter certo valor na era Vargas, ou seja: para o desenvolvimentismo, onde as pessoas deveriam saber ler, minimamente, os rótulos de agrotóxicos, o catecismo e as instruções dos manuais das máquinas modernas que chegavam às fábricas. Fala ainda, que era nítido uma educação para os ricos, que se deu, em grande parte, fora do país, e depois, nas escolas e universidades particulares, e, outra, para a classe trabalhadora, que acontecia nas escolas públicas com poucas condições e parcos investimentos.
Isaura Isabel Conte
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