Este trabalho tem como objetivo compreender os conflitos no interior das práticas sociais e estratégias de luta nos processos de formação e de organização em assentamentos rurais, e seus desdobramentos entre trabalhadores assentados, lideranças e representantes no assentamento da Fazenda Jupira, no município de Porto Feliz (São Paulo), de 1986 até 2006. Na construção da pesquisa buscamos entender o assentamento como espaço social que pode ser expresso nas relações de tensões e conflitos que podem ser desvendadas nas práticas sociais, nas estratégias de luta, impregnadas de simbologias (re)encontros de culturas, espaço de representação e legitimação dos sujeitos sociais. Definimos como área de estudo o Assentamento da Fazenda Jupira, localizado em Porto Feliz/SP, pertencente à Companhia Agrícola, Imobiliária e Colonizadora (CAIC). Optamos pelas entrevistas semi-estruturadas e análises documentais que nos permitiram compreender as várias facetas do conflito. As análises revelam-nos que o conflito no interior das práticas sociais e das estratégias de luta proporciona a incorporação de mecanismos que possibilitam questionamentos de valores seculares (clientelismo, paternalismo), além de instrumentalizar os camponeses com outros conteúdos democráticos que são estruturadores de identidades coletivas.
Concluímos que, as práticas e estratégias como: reuniões, assembléias, passeatas, associações, cooperativas e outras redimensionam o universo simbólico, cultural, político e econômico dos assentados e questionam a vida pregressa dos mesmos.
Palavras-Chaves: Conflitos – Assentamentos Rurais – MST – Democracia – Movimento social.
Amauri Tadeu Barbosa Nogueira
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