Rosine Chandebois veio ao colóquio "A Criação" por causa da sua obra "Para acabar com o Darwinismo", publicada em Portugal pelo Instituto Piaget. A autora estriba-se na embriologia para acusar o darwinismo e o próprio Darwin de burla intelectual. Decerto Eduardo Crespo, segundo embriologista participante neste colóquio, a contradisse, mas infelizmente não temos terceiro embriologista, de geração seguinte, para o contradizer a ele, de modo a revelar algo que todos sabemos: o valor do conhecimento científico não é absoluto, varia no tempo de acordo com as suas mais recentes aquisições, sobretudo instrumentais.
Com outros fundamentos, decorrentes da análise de textos de História Natural, situando-me por isso na área das Letras, eu cheguei á mesma conclusão. Mas não acuso só o darwinismo, sim o naturalismo em geral e também as religiões. Aproveitando o facto de estarmos num convento dominicano, deixarei aqui a minha especial acusação á Igreja Católica Apostólica Romana de co-autoria e cumplicidade na fraude.
As minhas provas são os próprios objectos de um discurso científico aberrante, que se configura como paródia. Paródias são obras em geral colectivas, que mimetizam outras e cujo objectivo é a sátira. Inúmeros exemplos de paródias científicas foram editados em papel e no ciberespaço, para os conhecerem bastará consultarem a minha bibliografia. São centenas ou milhares de provas de que a ciência usa exemplares falsificados de produtos dos Três Reinos, que garante resultarem de selecção natural.
Se alguém quiser coligir mais provas, poderá experimentar o "gaio método", criado por Nuno Marques Peiriço e por mim. Consiste em reunir o máximo possível de textos sobre a mesma espécie ou espécime e compará-los para detectar divergências sobre aspectos que não deviam sofrer variantes de texto para texto nem de autor para autor - anatomia da espécie, localização geográfica e características do seu habitat, etc.. Espécies da fauna ou flora provenientes de localidades que não existem, como os ilhéus das Rolhas e das Relas, em São Tomé, são falsas. Espécies e exemplares provenientes de uma montanha cuja altitude varia drasticamente são falsos. Qualquer estudo baseado em exemplares implicados em paródias resulta em fraude, voluntária ou involuntária, e isto afecta não só as Ciências Naturais e os seus públicos, afecta ainda quem faz História delas. As minhas provas são apenas exemplos dos barretes que consegui não enfiar em matéria de cultura geral, resta o vasto campo das especialidades em que decerto os tenho enfiado até ao umbigo sem me poder defender deles.
A última paródia que encontrei está neste momento nas "Alquimias" (1) e visa o darwinismo. Conta a história da criação de uma nova espécie para a ciência, Macacus lasiotus. Gray, o autor, diz criá-la a partir de um único exemplar vivo, sem cauda. Afirma que a falta de cauda se devia sem dúvida a um acidente natural. Sclater, mais tarde, vem participar o falecimento do macaco, importante porque permitira um estudo anatómico. Apresenta por isso provas anatómicas de que, tal como Gray dissera, a perda de cauda era acidental. A análise das vértebras punha de parte a hipótese de mutilação. Em suma, ninguém tinha cortado o rabo ao macaco, pois essa tal nova espécie, Macacus lasiotus, era apenas um espécime de Macacus rhesus with its tail cut off, ou seja, com o rabo cortado. Este é um exemplo de paródia que envolve um falso objecto científico, uma vez que cortaram o rabo a um espécime que ninguém tinha mutilado.
A ciência não somente usa exemplares falsificados como é ela mesma quem os falsifica. Repito para não haver equívocos: a ciência usa e fornece ao público falsas informações e falsos objectos científicos. O valor das provas que reuni não está sujeito a variabilidades no tempo, ao sabor de novas teorias ou novos instrumentos, ele é absoluto. As minhas interpretações das paródias são falíveis como quaisquer outras, porém as provas científicas patentes nos documentos que desde pelo menos 1998 venho a divulgar têm valor fixo: são falsas e nem um milagre de Nossa Senhora de Fátima poderá torná-las verdadeiras.
É falso, por exemplo, que o Pico de Clarence tenha 1500 ou 10 mil metros de altitude, é falso que a ilha de Fernando Pó fique situada no Atlântico Sul, é falso que a ilha Rodrigues não exista, é falso que os dromedários façam parte da fauna da foz do Cunene, é falso que em Portugal exista um naturalista chamado J. Newton, é falso que o Rio Quija se localize em Angola, é falso que exista um Rio Matosinhos em Portugal, é falso que Balthasar Osório (Osório) tenha dito que a espécie Gobio fluviatilis fora encontrada em Matosinhos (Almaça), é falso que no Alfeite, na região do Porto e em Chaves exista a maior parte das espécies de répteis e anfíbios da fauna portuguesa (in Crespo), são falsas milhares de informações como estas que pululam nos textos dos naturalistas. Por consequência, espécies envolvidas num discurso que contém estas aberrações são espécies falsas ou falsificadas. é falso ainda que Francisco Newton, explorador português do século XIX, tenha coligido centenas de espécimes antes de ter nascido e durante a sua infância, por isso todos os exemplares com data anterior a cerca de 1881 que lhe são atribuídos são exemplares falsificados, falsas sendo assim as espécies que representam. Contra esta falsidade, não há qualquer espécie de argumentos, o seu valor como falsidade é imutável. Podemos é discutir infinitamente os porquês e as consequências da sua circulação e do silêncio que sobre tanta paródia paira. é fácil á ciência demonstrar que são erros o que digo ser uma paródia, basta apresentar as erratas. Quando muito raramente aparecem, pior a emenda que o soneto.
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