Análise do livro “Una pedagogía de la Comunicación”, de Mário Kaplun

Enviado por Estevam de Toledo


  1. Introdução: modelos comunicativos, conforme Kaplun
  2. Modelo que enfatiza os conteúdos
  3. Modelo que enfatiza os resultados
  4. Modelo que enfatiza o processo
  5. Análise do Ambiente Profissional e proposta de melhoria
  6. Problema: capacitação de professores enquanto usuários do Programa TVEscola
  7. Bibliografia

Atividades

1.0  Leia o livro "Una pedagogia de la Comunicación", de Mário Kaplun. Analise os diferentes modelos comunicativos que apresenta este autor. Reflexione e faça deduções sobre aquele que predomina em seu ambiente profissional. Proponha a maneira de melhorar a prática de comunicação deste ambiente.

I - Introdução: modelos comunicativos, conforme Kaplun

Em seu livro "Una pedagogia de la Comunicación", Kaplun (1) propõe que, para começar, deve-se falar de educação e não de comunicação. Afinal, quando fazemos comunicação educativa, estamos buscando de alguma maneira um resultado formativo. Isto fica claro ao explicitarmos que estamos produzindo nossas mensagens "para que os destinatários tomem consciência de sua realidade", ou "para provocar uma reflexão", ou ainda "para gerar uma discussão". Propõe, também, que se possa falar de tipos de educação, já que para cada tipo de educação corresponde uma determinada concepção e uma determinada prática de comunicação. Nesta linha de raciocínio, e, utilizando-se de categorias propostas por Días Bordenave, Kaplun insiste em que  pode-se visualizar dois diferentes modelos: o modelo exógeno e o modelo endógeno.

O modelo exógeno, compreende duas modalidades: a educação que enfatiza os conteúdos e a educação que enfatiza os resultados. Já o modelo endógeno, coloca ênfase no processo. Examinemos cada um deles, de forma separada, tomando como referencial alguns dos indicadores contidos em  quadro demonstrativo elaborado de forma sintética  pelo autor (conforme mencionado na página 56).

Modelo que enfatiza os conteúdos

A educação que enfatiza os conteúdos é  de concepção bancária, e como tal, conforme Paulo Freire (2) "o professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes.. ..o educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador... educa-se para arquivar o que se deposita...mas o curioso é que o arquivado é o próprio homem, que perde assim seu poder de criar, se faz menos homem, é uma peça.... A consciência bancária "pensa que quanto mais se dá, mais se sabe", mas a experiência revela que com este mesmo sistema só se formam indivíduos medíocres, porque não há estímulo para a criação".

Do ponto de vista do lugar do educando, este é tratado como objeto, e seu eixo é o  professor-texto, isto significa que os programas de estudo são baseados em conceitos considerados importantes pela fonte emissora (o professor); a relação professor-aluno se dá de forma autoritária e, diríamos, oculta uma mensagem do tipo "Eu sei, Você não sabe", e é também paternalista: neste caso, nos faz relembrar a figura do professor pelicano, uma analogia feita pelo francês Gilles Amado (3), na qual o Professor é comparado á ave que coloca alimento na boca do filhote.

Quanto ao tipo de informação, a educação centrada em conteúdos reside na transmissão de informação e,  como tal, pode ser caracterizada como unidirecional, já que flui em uma única direção: do emissor para o receptor. O grau de participação, outro fator decisivo no processo pedagógico, revela-se minimizado, enquanto que as chances de  criticidade e de criatividade são totalmente bloqueadas.

Modelo que enfatiza os resultados

Kaplun recomenda atenção especial em relação a este tipo de educação, já que aparentemente apresenta características com as quais compartimos: questiona o modelo tradicional, tendo surgido como uma reação contra este, como se fosse uma resposta mais atual, mais "moderna". Dá muita importância á motivação, rechaça o modelo livresco e programas muito amplos. Estabelece uma comunicação com retroalimentação da parte do destinatário, postula como objetivo a "mudança de atitudes". Trata-se de método ativo, que propões ações e se preocupa muito em avaliar o resultado das mesmas. Contudo, apesar destas coincidências aparentes, que podem torná-la atraente, sua diferença em relação á educação libertadora (educação que enfatiza o processo) é enorme; e tal como poderemos verificar, revela-se tão autoritária e impositiva como o modelo tradicional ou mais.

A educação que enfatiza resultados pertence é  de modalidade exógena e de concepção manipuladora. O lugar ocupado pelo educando é de mero objeto, e o eixo é o programador, a quem compete realizar o planejamento e a programação, o que passa a ser considerado como uma tarefa de engenharia do comportamento. O trabalho de ensinar fica a cargo de materiais escritos ou audiovisuais, máquinas de ensinar, computadores, etc. Kaplun, aliás não chega a mencionar, mas, no mundo do comércio e da indústria e, sobretudo, da indústria dos anos "60s, a programação propriamente dita era precedida da chamada Análise do Trabalho. Através dela, estabelecia-se todo um mapeamento dos aspectos cognitivos, motores e atitudinais necessários a execução de um determinado Posto de Trabalho.


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