O envelhecimento mundial é um fenômeno que tem sido muito discutido na última década, sobretudo por seu significativo crescimento. Muitos pesquisadores de diferentes áreas têm mostrado interesse em estudar essa fase da vida. Infelizmente, os idosos são vistos com preconceito, porque ainda hoje a idéia de envelhecer é vista como sinônimo de doença e incapacidade. Outro tema bastante comum para o nosso cotidiano é discorrer a respeito do conceito de amor. Versar sobre essas duas temáticas é um árduo trabalho, em razão de algumas dificuldades metodológicas e impropriedades conceituais que lhes são inerentes. Contudo, é possível atingir a velhice de forma saudável, expressando o amor e a sexualidade, elementos por vezes negligenciados pelos próprios idosos. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise criteriosa de algumas publicações que estudam o envelhecimento, o amor e a sexualidade, para oferecer ao leitor um panorama desses temas tão importantes, que, por vezes, representam lacunas teóricas e vivenciais em si mesmos.
Palavras-chave: envelhecimento; amor; sexualidade.
Abstract
World aging is a phenomenon that has been largely discussed in the last decade, mainly because of its significant increase. Several researchers in different areas are interested in studying this age group. Unfortunately, elderly people still suffer prejudice, since today the idea of aging is regarded as synonym to disease and incapacity. Another common theme nowadays is to talk about the concept of love. It is hard to talk about these themes, due to methodological difficulties and conceptual inaccuracies inherent to it. However, one can grow old healthy, expressing love and sexuality, elements which are sometimes neglected by the elderly. This study aims to carry out an accurate analysis of some publications that study aging, love and sexuality, so as to offer the reader a panorama of these important themes, that sometimes represent theoretical and existential gaps in themselves.
Key words: aging, love; sexuality
"Ninguém pode estar na flor da idade, mas cada um pode estar na flor da sua própria idade." (Mário Quintana)
Em todo o mundo, segundo a OMS, em 2002, os idosos somavam 590 milhões de pessoas, com a previsão de que esse contingente perfaça um total de 1,2 bilhão, em 2025. De acordo com o censo demográfico de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística21 (IBGE), a população de 60 anos ou mais residente no país era de 14.536.029 em números absolutos: 8,6% da população do Brasil, sendo que 9,3%, ou seja, 6.732.888 somente na Região Sudeste. As mulheres continuam sendo em número maior,: 8.002.245, contra 6.533.784 de homens. Ainda de acordo com as projeções da expectativa de vida do IBGE? para o ano de 2050, a proporção de idosos passará de 8,6%, em 2000, para aproximadamente 15%, em 2020.
As estatísticas apontam que a faixa etária com maior crescimento na maioria dos países em desenvolvimento está acima de 60 anos. Segundo Freitas18 (2002), enquanto a população geral mundial cresce anualmente a uma taxa de 1,7%, a população acima de 65 anos aumenta a uma taxa de 2,5% ao ano. Considerando-se a idade de 60 anos, em todo o mundo espera-se um aumento de 605 milhões, em 2000, para 1,2 bilhão, no ano de 2025. Na década de 60, apenas 5% da população tinha mais que 60 anos. Os países subdesenvolvidos, em 2000, detinham um total de 5,1% da população total de idosos, contra 14,4% da população nos países desenvolvidos.
Em termos absolutos seremos, em 2025, a sexta maior população de idosos no mundo, isto é, mais de 32 milhões de pessoas acima dos 60 anos. Evidencia-se que a proporção de pessoas com idade superior a 80 anos apresenta também um crescimento significativo. Considera-se atualmente a existência de uma "quarta idade", que englobaria pessoas com 80 anos. De acordo com algumas estimativas, esta faixa etária alcançará uma representatividade considerável - cerca de 4,5 milhões pessoas em 2020.
Consoante Pavarini27 et al. (2005), o crescimento populacional das pessoas com mais de 60 anos se deve em grande parte ao aumento considerável na expectativa de vida dos brasileiros. Este, associado á queda da taxa de natalidade, amplia a proporção relativa de idosos na população. O censo realizado pelo IBGE21 em 2000 revela um crescimento de 2,6% na esperança de vida ao nascer da população brasileira, que passou dos 66 anos, em 1991, para os 68,6 anos em 2000. Esse crescimento se mostra um pouco mais elevado para as pessoas do sexo feminino do que para as pessoas do sexo masculino. Em resumo, os idosos no Brasil atual representam cerca de 10% da população geral. São na maioria mulheres, viúvas, com baixa escolaridade e com menor renda em relação a seus pares masculinos. Segundo Cançado13 (1996), o aumento do número de idosos também tem sido acompanhado por um acréscimo significativo nos anos de vida da população brasileira. A esperança de vida, que era em torno de 33,7 anos em 1950/1955, passou para 50,99 em 1990, chegou até 66,25 em 1995, devendo alcançar 77,08 em 2020/2025. O dado mais preocupante é que esse tempo de vida não é alcançado de forma satisfatória e sem graves problemas; ao contrário, esses seres humanos passam a ser indevidamente marginalizados e apresentam um quadro de carência emocional exacerbada (Simões32, 1998).
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