Página anterior Voltar ao início do trabalhoPágina seguinte 


Brasil: E agora, “companheiro”? (página 2)

Suzana J. de Oliveira Carmo

Notas de rodapé convertidas

1. LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. Editora Nova Fronteira, RJ, 9a. Edição, 1984. Último romance de Clarice Lispector, em que trabalha com a possibilidade de uma literatura revestida por um fim social, capaz de lidar o problema da pobreza e da marginalização das classes oprimidas; sendo descritas pelo narrador e, vividas por Macabéa, personagem central, retirante nordestina, que não vive, porém, sobrevive a própria pobreza do mundo, pobreza "feia e promíscua", conforme escreve a autora (p. 22).

2. AZAMBUJA, Darcy. "Teoria Geral do Estado", 18ª ed., Porto Alegre: Globo, 1979. p.19

3. O conceito de patriotismo está atrelado a tudo que se refere ao amor pela pátria, embora, tal subjetividade não se aparte da convicção que o indivíduo possui de estar construindo seu país. Patriotismo pode também ser entendido dentro de um sentido mais amplo, notadamente, áquela expressão alcançada pelo filósofo alemão, Jürgen Habernas, em 1989, ano em que teceu a definição de Patriotismo constitucional, que nada mais é, senão um elemento de identificação do indivíduo com a nação, sendo que ambos compõem juntos e unidos aos demais patriotas, um enlace dentro um projeto comum de sociedade democrática, traçado sobre o molde da real cidadania. O patriotismo descritivo de Habernas, pontua o projeto racional de convivência, uma lealdade para consigo mesmo, que repercute na sociedade; desvela um respeito incondicional pelos direitos humanos, e mais que tudo, ensina que há um sentimento revestido pela subjetividade de cada um de nós, e que ao mesmo passo, nos remete á defesa inconteste dos valores nacionais, mesmo quando a luta a ser enfrentada se faz contra o Estado.

4. Instaura-se no país uma ordem revolucionária, onde os Atos Institucionais aniquilam o texto constitucional brasileiro, e a repressão suprime toda e qualquer liberdade. Nasce a Constituição de 1969, que segundo o Prof. Celso R. Bastos traduzia-se da seguinte forma: " Na verdade poderíamos dizer que a despeito do texto constitucional afirmar a existência de três Poderes, no fundo existia um só, que era o EXECUTIVO "...e acrescenta: "Os Decretos-Lei se tornaram uma arma poderosíssima diante das expressões vagas tais como: Urgência e interesse público relevante (hoje requisitos exigíveis ás Medidas Provisórias, conf. Art.62, caput, CF), assim como em matéria de segurança nacional. A conjugação desses conceitos permitia que se levasse a extremos insuspeitáveis a competência do Executivo para editar normas, onde todo instante se sente a mão do Estado autoritário que a editou ".(Curso de Direito Constitucional, 21ª ed., Ed. Saraiva, São Paulo, 2000, p.134/135).

5. Segundo a reportagem: "Ouro para o bem do Brasil - São Paulo repete 32", de José Pinto e José de Souza, para a Revista "O Cruzeiro" de 13/06/1964, cujo arquivo está disponível através do endereço:

http://www.memoriaviva.digi.com.br/ocruzeiro/13061964/130664_1.htm

6. A ambição do Plano Collor foi tal, que a economia brasileira não suportou a ditadura do Presidente que queria crescer e desenvolver a todo custo e rapidamente, sem o aval dos industriais, dos banqueiros e latifundiários. [...] Nas palavras da Ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo:

"A meta é recuperar a eficiência e a dignidade do serviço público, racionalizar e aumentar a produtividade e garantir um planejamento que execute as metas econômicas e sociais do governo". In "Memórias da Economia - A realidade brasileira" de Luis Gonzaga de Souza.

7. O Impeachment é um processo político, não criminal. "O sentido do juízo político não é o castigo da pessoa delinqüente, senão a proteção dos interesses públicos contra o perigo ou ofensa pelo abuso do poder oficial, negligência no cumprimento do dever ou incompatível com a dignidade do cargo."

GONZALES CALDERÓN, Juan A. "Derecho Constitucional Argentino", 3º Tomo, Buenos Aires: Lajouane, 1923.

8. Parte I, Lira XXII - [...] Que belezas, Marília, floresceram,
De quem nem sequer temos a memória!
Só podem conservar um nome eterno
Os versos, ou a história
. [...]

GONZAGA, Tomás Antonio. Marília de Dirceu. 28ª ed., Rio de Janeiro: Ediouro, 2000. (Coleção Prestígio).p 44.

9. Esquema de compra de votos de parlamentares - Mensalão é o nome dado a maior crise política sofrida pelo governo brasileiro. Sendo utilizado como uma variante da palavra "mensalidade", é usada para se referir a uma suposta "mesada" paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo.

10. Esquema pagamento de propinas, financiamento de campanhas eleitorais e movimentações financeiras irregulares, e que tiveram como principal canal as contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O chamado valerioduto - mobilizou, entre 1997 e 2005, R$ 2,6 bilhões, de acordo com o relatório parcial da CPI dos Correios.

12. Ilação feita á música: "Severina Xique-Xique", de Genival Lacerda e João Gonçalves, faixa do álbum: Raízes Nordestinas, Gravadora EMI.

13. Jingle da campanha presidencial de 1989 - "Lula-lá, brilha nossa estrela, Lula-lá, brilha a esperança, Lula-lá, num Brasil criança, Lula-lá, brilha nossa estrela…"

13. [...] a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?

Trecho do Poema extraído do livro "JOSé",de Carlos Drummond de Andrade, pela Editora Record, cujas palavras de José Saramago traduzem:

"Considero privilégio meu dispor deste verso, porque me chamo José e muitas vezes na vida me tenho interrogado: "E agora?" Foram aquelas horas em que o mundo escureceu, em que o desânimo se fez muralha, fosso de víboras, em que as mãos ficaram vazias e atônitas [...] que esta pergunta simples aja como um tônico, um golpe de espora, e não seja, como poderia ser, tentação, o começo da interminável ladainha que é a piedade por nós próprios [...]A esses, que chegaram ao limite das forças, acuados a um canto pela matilha, sem coragem para o último ainda que mortal arranco, é que a pergunta de Carlos Drummond de Andrade deve ser feita, como um derradeiro apelo ao orgulho de ser homem: "E agora, José?". SARAMAGO, José. A bagagem do viajante - crônicas. 3. Ed. Lisboa: Caminho, 1986. P. 35-7.

 

 

Autor:

Suzana J. de Oliveira Carmo

suzanajm[arroba]hotmail.com



 Página anterior Voltar ao início do trabalhoPágina seguinte 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.