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Tecnologia da Timidez (página 2)

Moisés José Bueno

Chamaram isso de slides que tinha o significado de "escorregar" uma figura, mas também dava o sentido de corte, de pedaço, de parte de uma imagem, já que o filme em movimento era uma "fita". Depois disso, chegaram a inventar uma máquina que escrevia a mesma coisa várias vezes. Chamaram-na de mimeógrafo. Depois foi vindo o retroprojetor, a fotocopiadora (imperfeitamente chamada de xerocopiadora ou máquina de xerox), o vídeo, o computador, o CD, o DVD, o PENDRIVE, o IPOD, o MP3 , MP4 e outros.

Muito bem. Houve um tempo em que não se podia conceder diploma de bom professor a uma pessoa que não conseguia fazer bom uso destes recursos, ainda que eles existissem em tão pouca quantidade. Na tal época, principalmente quem estudava para ser professor, isto é, nos cursos de Normal e de Pedagogia tinha que ter absoluta familiaridade na utilização de tais meios.(PILETTI,2002; CANDAU, 2003; LOPES, 2003). Eles foram chamados de audiovisuais principalmente porque exploravam os órgãos dos sentidos da visão e da audição.

Sabia-se que "vendo" a mensagem ou parte dela se compreenderia melhor o seu conteúdo, se aceitaria com mais tranqüilidade os seus valores, se fixaria mais e por mais tempo a mensagem no raciocínio e na memória e se colocaria em prática com mais proveito e convicção os ensinamentos transmitidos.(PAULO apud CANDAU, 2003, p.93-111).

Quando por muito tempo o ensino nas escolas ficou concentrado apenas nas aulas e nas salas de aula, os meios audiovisuais tornaram-se instrumentos imprescindíveis para a boa condução de uma aula. Fazia uma enorme diferença quando entre dois professores, um usava os audiovisuais e o outro, não.

A COMUNICAÇÂO E OS AUDIOVISUAIS: questionamentos e retomadas

Passado muito tempo, os audiovisuais começaram a ser questionados, as aulas expositivas, também. Mas acabou-se constatando que não há melhor forma de se promover o ensino, o conhecimento, o aprendizado do que aquela de utilizar os órgãos dos sentidos. Evidentemente que não se pode ficar só na audição e na visão.

Também é preciso levar o aluno a aprender com as mãos (tato), com o cheirador (olfato), com o degustador (paladar). (OLIVEIRA, 1978, p.45; NéRICI, 1985, p.174;PILETTI, 2002, p.185-187). Tanto é que nem se pode mais ficar nos audiovisuais. Precisaria trabalhar-se com meios tátil-áudio-visuais para se atingir melhor a maior parte da composição corpórea de uma pessoa que está encarregada de levar à inteligência e à emoção.

O professor que tentar ser um bom professor pode encontrar ajuda nestes meios. Mas, infelizmente, mesmo que os audiovisuais estejam em uso há tanto tempo, uma grande parte dos professores não gosta de utilizá-los. Há muitos que não sabem utilizá-los e há alguns que gostariam de utilizá-los, mas dizem que

não têm recursos, que as escolas não providenciam tais meios. Grande parte, só desculpa. Existe uma certa porcentagem de professores que, mesmo que a escola oferecesse tudo isso, eles não os usariam. E então diriam que isso é perda de tempo, que os alunos fazem só mais bagunça com eles, etc...etc... e etc... (LOPES, 2003; PILETTI,2002).

Contudo, verdade é que quando o professor sabe usar alguma coisa que chame a atenção dos olhos e dos ouvidos, ele faz com que sua aula fique bem mais interessante e bem mais produtiva. é certíssimo que o computador, a internet podem muito bem cumprir todos estes papéis e até melhor do que todos os

Audiovisuais.

CONCLUSÃO

Oxalá seja superada a tecnologia da timidez, aquela em que os professores têm medo, aversão ou incapacidade de utilizar os recursos audiovisuais.

REFERÊNCIAS

CANDAU, Vera Maria (org.). Rumo a uma nova didática. 15. ed., Petrópolis:Vozes, 2003

IBEP - Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas. Vademecum Pedagógico: Sinopse de Metodologia, Leitura, Escrita e Linguagem Oral. Vol. I. São Paulo: Formação Cultural, [s.d.].

IMAGUIRE, Guido. Filósofos. Artigo de 11.5.2000. Disponível em: http://www.filosofos.com.br/tema_racionalismoimpirismo.htm

Nota: o endereço eletrônico consta como "impirismo", mesmo, e não empirismo.

KARLING, Argemiro Aluísio. A didática necessária. São Paulo: IBRASA, 1991.

LOPES, Antonio Osima. Planejamento do ensino numa perspectiva crítica da educação. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (coord.).Repensando a Didática. 20.ed., Campinas: Papirus, 2003

MAZZOTA, Marcos José da Silveira. Alunos e escolas com necessidades especiais no século XXI. Artigo de 2004. Disponível em:

http://www.educacaoonline.pro.br/alunos_especiais.asp?f_id_artigo=85

NéRICI, Imídeo Giuseppe. Educação e ensino. São Paulo: IBRASA, 1985.

NéRICI, Imídeo G. Didática: uma introdução. 2.ed., São Paulo: Atlas, 1988.

OLIVEIRA, Alaíde Lisboa de. Nova Didática. 4.ed., Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/FENAME, 1978.

PAULO, Iliana. A dimensão técnica da prática docente. In: CANDAU, Vera Maria (org.). Rumo a uma nova didática. 15. ed., Petrópolis:Vozes, 2003, p.93-111

PERISSé, 2005, p.1).)

PILETTI, Claudino. Didática Geral. São Paulo: Ática, 2002

VEIGA, Ilma Passos Alencastro (coord.).Repensando a Didática. 20.ed.,

Campinas: Papirus, 2003

 

 

Autor:

Moisés José Bueno

profmoises[arroba]brturbo.com.br

Mestre em Teologia, Especialista em Orientação Educacional, Graduado em Pedagogia. Professor na Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz PR - FACIBRA.



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