Para que se possa construir uma sociedade inclusiva é preciso antes de qualquer coisa, de toda uma mudança no pensamento das pessoas e na estrutura da sociedade, isso requer certo tempo, mas o que irá realmente nortear e desencadear essas mudanças nas pessoas é em um primeiro momento a real aceitação das pessoas com necessidades especiais, essa aceitação deve começar pela própria família.
Quando nasce uma criança diferente do que os pais imaginavam, esses ficam desesperados, sem rumo, sem saberem como agir, é como se o mundo caísse sobre suas costas, todos seus planos fossem por água abaixo, ficam se sentindo culpados por terem tido um filho (a) especial. Alguns, no início acabam tendo depressão, não aceitam a criança, as rejeitam etc.
Mas, como se diz, não dá pra rejeitar toda a vida, afinal, é sangue do seu sangue, é fruto de uma relação de amor, é uma vida nova que inicia, é uma benção de Deus e não se pode simplesmente desistir. Têm-se é que erguer a cabeça, aceitar e procurar toda ajuda possível, para oferecer o que estiver ao seu alcance para facilitar a vida dessa pessoa especial. Apoio da família, de médicos, especialistas, professores, município, etc. para que a criança possa se desenvolver por completo. Quanto mais cedo iniciar esse processo de consciência e apoio de todas as entidades a essa criança, maior e melhor será com certeza seu desenvolvimento e ela será feliz.
O que ocorre muitas vezes é um afastamento da família, e uma situação de total dependência dos médicos e demais profissionais:
Como ressalta Aranha, 2004:
"Sabe-se, entretanto, que a família tem se encontrado, historicamente, numa posição de dependência de profissionais em diferentes áreas do conhecimento, no sentido de receberem orientações de como proceder em relação às necessidades especiais de seus filhos".
A família deve buscar toda orientação que conseguir, no entanto, não podem transferir toda a responsabilidade de criação do filho a esses profissionais, tirando-a de suas costas, afinal de contas, o trabalho dos profissionais só irá obter sucesso se tiver o apoio e participação da família em casa. é difícil, sabe-se disso, com certeza não é fácil mesmo, mas é preciso haver esse enfrentamento e essa vontade para que se possa auxiliar essa criança que irá esperar e confiar plenamente nos pais para que possa melhor se desenvolver.
O poder público, por sua vez deve assegurar todo o atendimento nas áreas de saúde e educação para essa pessoa portadora de necessidades, e deve, além disso, promover a saúde física e mental não só da criança, mas de toda a família. O atendimento a gestante deve começar desde o pré-natal (onde já se podem detectar possíveis problemas) e deve seguir durante e após o parto e sempre que a família necessitar dos serviços.
Os sistemas de saúde devem divulgar, através de campanhas que atinjam toda a população, os cuidados que toda gestante deve ter para que possa ter uma criança saudável e para que já possa saber das possíveis limitações que seu bebê possa vir a ter, mas isso tudo é extremamente importante para que a mãe e toda a família em si já possam se acostumar com a idéia de ter uma pessoa com deficiência na família, para que possam aceitar e o quanto antes estudar a melhor forma de atender todas as necessidades do novo membro da família.
Antigamente os pais não colocavam seus filhos especiais cedo na escola, pois achavam que não teriam capacidade de aprender, de se desenvolver, viviam no achismo de que a criança era repleta de limitaçõe, que o máximo que poderiam fazer era levá-la regularmente a médicos para acompanhar seu estado de saúde. Quando descobriam que eles precisavam também freqüentar escolas, espaços sociáveis, de interação, muitas vezes já era um pouco tarde e diversas habilidades que poderiam ter sido desenvolvidas, limitações que poderiam ter sido superadas não foram, pois o acesso a esses ambientes especializados foi tardio.
Neste sentido, Soares apud Gil (2001) ressalta:
"Hoje na tentativa de assegurar a permanência de algumas crianças com necessidades especiais no ensino regular, percebo mais fortemente a importáncia de um trabalho junto às mães da população de baixa renda, uma vez que pobreza, infelizmente, está associada à falta de escolaridade e de acesso a determinadas informações, visando ao esclarecimento acerca da deficiência de seus filhos. Em meu dia-a-dia, tenho encontrado desde mães que acham que o problema de seu filho não tem solução, àquelas que acha que seu filho não tem problema algum, o que é muito mais grave. Os pais que não aceitam a deficiência de seu filho e nem acreditam em sua capacidade para superar as limitações, impedem que este tenha acesso à estimulação e ao atendimento educacional especializado".
Hoje em dia, os próprios médicos já fornecem os diagnósticos necessários e orientam as famílias a procurarem as escolas, APAEs, etc para fazerem o acompanhamento da criança desde sua mais tenra idade até o momento que for considerado necessário. As APAEs, principalmente, trabalham com bebês com poucos dias de vida, fazendo o trabalho que chama-se de estimulação precoce e também apoio aos pais.
Conforme Aranha,2004:
"[...] A estimulação sensorial é essencial para seu desenvolvimento e contribui para prevenção de parte dos comprometimentos, quando ele tem, por exemplo,
Página seguinte |
|
|