Mobilidades e territorializações, estado e mercado: a economia portuguesa e as suas "novíssimas" dinâmicas

Neste texto – com que se pretende fazer alusão à pesquisa que deu origem ao livro A economia em curso (Reis e Baganha, 2002) – exprimem-se duas preocupações.

A primeira é acerca do próprio debate sobre a globalização: revela-se cepticismo e propõe-se uma visão não-globalista e não-funcionalista. A segunda é sobre a economia portuguesa: insiste-se na importância das relações de proximidade com a Espanha, por um lado, e, por outro, dá-se atenção à crescente importância das relações financeiras transnacionais. Nesta dupla dimensão (a proximidade ibérica e a aterritorialidade financeira) radicam as “novíssimas” dinâmicas da nossa economia.

Vivemos uma época em que as análises sobre a organização da economia mundial tendem a dar grande predominância à noção de liberdade territorial dos agentes. E há razão para isso, pois é coisa certa que assistimos a uma intensificação original das interacções socioeconómicas (seja nos planos inter-estatais, inter-regionais ou transnacionais, seja nas relações entre os domínios económico, cultural, territorial ou simbólico). As visões globalistas é deste princípio que partem. E, por isso, se pressupõe que a dependência perante o que é dotado de mobilidade e de capacidade de hierarquização sistémica se torna num dado geral, visto que estas são as qualidades dos agentes que têm poder de comando principal, os quais agem num plano aterritorial.

Contudo, os nossos dias mostram também que não é irrelevante aquilo a que podemos chamar uma profunda dependência contextual dos processos socioeconómicos. Na economia mundial, como nas economias nacionais, são muitos os mecanismos diferenciados e plurais que estruturam a vida concreta. São economias de proximidade, relações horizontais, economias de aglomeração, dinâmicas territorializadas.



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José Reis
jreis[arroba]fe.uc.pt


 
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