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Existem vários estudos que apontam alguns itens que são desejáveis para o sucesso na implantação do regime de metas de inflação, dentre eles:
Dada a implantação do regime, e tendo como instrumento as mudanças na taxa de juros da economia, pode-se mensurar em que nível esta mudança na condução da política econômica irá surtir efeitos na economia. Dentre os principais efeitos que podem ser sentidos são eles:
Dados os efeitos que a inflação pode ter na economia, o regime de metas aparece como uma política monetária diferente visto que os agentes podem ter uma visão completa da economia, e não apenas em partes como ocorria anteriormente.
Nos quesitos formais do regime é adotado um índice para verificar as variações dos preços no decorrer do tempo. Este índice é escolhido de acordo com as particularidades de cada pais. Por exemplo, no Brasil é adotado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), em outros países utiliza-se o núcleo de inflação (core inflation). Este índice foi eleito por ser o que mostra as variações nos preços da ampla maioria da população brasileira.
Também se torna necessário definir se a meta é pontual ou pode oscilar em um intervalo. A grande maioria dos paises que adotaram o regime de metas trabalha com uma banda intervalar para os níveis ditos como aceitáveis de inflação, com exceção da Turquia, que tem uma meta fixa para a inflação (e as taxas de juros mais altas). A adoção de bandas para a variação de preços se torna importante porque dá uma maior flexibilidade ao BC na hora de definir a taxa de juros. Mas é interessante nos preocuparmos com o tamanho desta banda intervalar. Ela não deve ser muito pequena, visto que se a inflação efetiva for maior que a meta o BC tem a sua credibilidade comprometida, e nem grande em excesso pois os agentes perceberão a falta de comprometimento do BC com a meta pré-fixada.
Existe ainda a necessidade de estabelecer um horizonte temporal para o cumprimento da meta. Mas neste quesito existe outra preocupação interessante. Se o horizonte da meta for curto demais, o BC não terá subsídios para alcançar a meta. Se for demasiadamente grande, os agentes perderão a credibilidade na política visto que a inflação os ambientes tendem ao equilíbrio.
Por ultimo temos que definir, caso o BC não consiga convergir a inflação corrente para a meta esperada, de qual modo será esta justificativa e se existirá punição. Em geral, os países que adotaram o regime optaram por uma carta aberta, do presidente do BC ao governo ou á população explicando os motivos do não cumprimento e apontado soluções para que isso não volte a ocorrer.
A transparência na condução da política monetária foi de vital importância para a consolidação desta nova forma de condução da economia. O BC emite periodicamente boletins informando á população a situação econômica do país o que gera uma confiança dos agentes quanto ao futuro da economia.
É fato que o regime de metas tem dado certo em diversas economias emergentes. O Chile, por exemplo, conseguiu "dominar" a inflação após a adoção deste regime. Para fazermos distintas as características de cada país podemos classifica-los em grupos. Segundo a adoção do FMI os países podem ser classificados em três níveis:
Estas informações foram dadas por economistas do FMI acerca da situação de credibilidade dos BC na economia mundial. Os países foram classificados conforme "os indicadores de clareza e da credibilidade de seu comprometimento com o regime de metas"
Existem outros estudos que tratam desta classificação para estas economias que tem encontrado maior aceitabilidade entre economistas. Este estudo apresentado por Trumam(2003) que adota outros princípios para a classificação destes paises, como segue:
Como já pode ser percebido, esta classificação proposta por Truman, inovou no aspecto de trazer uma analise dinâmica das economias. Assim um país pode facilmente passar de uma posição para a outra em determinados períodos. Por exemplo, o Brasil, que estava situado no grupo dos converger em 1999 e 2000, passou a ser squeezer no período de 2001 a 2003, graças ao fato de não cumprir com as metas estabelecidas.
Em suma, o Regime de Metas de Inflação busca o controle da inflação via, variações na taxa de juros básica. Para a instituição deste regime aconselhável que se tenha ambiente favorável com um sistema bancário estável, situação fiscal sobre controle e autonomia do BC. È necessário tomar algumas precauções no momento de adesão á este regime visto que altera os todos ciclos econômicos vigentes.
Tem como princípios institucionais a escolha de um índice de observação, banda, horizonte da meta e transparência. Esta ultima, fundamentada na tese de independência do Banco Central e aceitando que a credibilidade do BC é vital para o bom funcionamento da economia.
Ainda não se pode dizer que o regime de metas é o ‘Santo Graal" da economia contemporânea, mas é fato que este novo método de condução da política monetária tem alcançado notável sucesso, arrebatando mais adeptos a cada dia.
FARHI, Maryse. Analise Comparativa do regime de metas de inflação: pass-through, formatos e gestão nas economias emergentes. São Paulo, 2007. Unicamp.
CARVALHO, Fernando J. Cardim. Economia Monetária e Financeira. Ed. Campus,2007.
Banco Central do Brasil, http://www.bcb.gov.br/?SISMETAS <acessado em 30/11/2007>
Economia Unicamp, http://www.eco.unicamp.br/artigos/artigo84.htm <Acessado em 30/11/2007>
Economia PUC, http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/A142.htm <Acessado em 30/11/2007>
Economia Br, http://www.economiabr.net/2001/10/01/1metas-inflacao.html <Acessado em 30/11/2007>
TRUMAN, Edwin M. inflation targeting in the world economy. Washington, DC: Institute for international Economics, 2003 apud FARHI, Maryse. Analise Comparativa do regime de metas de inflação: pass-through, formatos e gestão nas economias emergentes. São Paulo, 2007. Unicamp.
Edilson Aguiais
Ciências Econômicas
Faculdades Alfredo Nasser.
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