O "desafinado" – Uma Adequação sistemática

Enviado por Denis Nogueira


  1. O Estímulo Musical
  2. A Respiração
  3. Dureza Física X Emocional
  4. Adequação Sistemática

Começo este tema com a estória de "Carlos", recém-batizado, que foi chamado para entrar num quarteto, se organizam inicia-se as primeiras reuniões nas salas do fundo de uma igreja, fazem planos de pregar com a música, ver decisões tomadas ao lado de Cristo, pelo ministério musical, ficam empolgados, porem nunca estudaram música, mas, querem a todo custo cantarem, e começam a ensaiar e a passar as vozes um dos outros, "na raça", ensaiam pela intuição. Carlos está ali (ele é o barítono), no meio de todos, tentando aprender pela mesma forma intuitiva, e eles dizem um ao outro, "cante assim", não, "precisa cantar assim", do grupo sempre tem alguém que sabe um pouco mais, e este, começa a perceber que algo está errado, parece que não encaixam as vozes, eles procuram descobrir o que está errado, mas não descobrem, ficam por quase um ano, nesta luta musical.

Um belo dia no ensaio, já por meses depois, cansados e tristes, descobrem quem que "não firmava", que era "desafinado", "fora de sintonia", "subtonava", "desentoava", e termos deste tipo, mas, eram amigos, estavam sempre juntos, ninguém teve coragem de falar para Carlos, que ele era o causador do problema, da "doença" musical, mas, o dia chegou, ele sentiu que estavam, evitando ele nos ensaios, estava um clima ruim, estava incomodado, sentia que não era mais bem-vindo no grupo, e resolveu sair e dar fim a tentativa em vã.

Em noutro tempo depois, os membros resolveram montar um conjunto, e acabaram chamando Carlos, já tinha se passado dois anos, e lá foi ele novamente, ensaios após ensaios, e parecia que alguma coisa estava errada, a "praga emocional", aparece de novo, as palavras aparecem como uma lanterna no meio dos olhos, "o grupo não está firmando a voz, está desafinando, estão fora de sintonia, estão subtonando, estão desentoando, tem algo de errado. Carlos, mais que depressa, desconfiou que era ele o causador do problema, e resolve sair de mansinho, e mais uma vez, vem a culpa, a angústia e a tristeza, e diz para si mesmo:

- O que acontece, será que sou muito ruim? Será que Jesus não me transformou e não pode fazer-me útil na música? Eu gosto tanto, não quero outra coisa, quero fazer música! Sinto Deus me chamando para este trabalho, mas, o que acontece?

Numa terceira vez, depois de cinco anos, montaram um Coral, e Carlos foi chamado, porém, desta vez disse que não gostava de cantar, e não aceitou entrar. A partir daí, se tornou uma pessoa apática, fechado, e até certo ponto tinha aversão a todo que se relacionava a música da igreja.

Está estória ou história, pode ser uma apologia de muitas vidas semelhantes, parece irreal (por isto, uma estória), como pode ser a vida real (história real), de muitos "Carlos", que transitam nas igreja, e você, pode até conhecer alguns na sua igreja local, e que já passaram por situações iguais, pessoas que tentam de alguma forma, participar musicalmente na igreja, e de diversas maneiras, se decepcionam, se entristecem, por não conseguir, ao mesmo tempo, a falta de compreensão a estes "Carlos", e muitas vezes, o descaso, e muitos deles aparecem no cenário, de repente, somem, desaparecem, quero aqui, contribuir para que esses "Carlos" sejam ajudados, e transformados, num grande Coro,ou mesmo, fazê-los pessoas mais felizes, pessoas melhores, mais aceitas, mais sensíveis ao som, às harmonias, e às sonoridades da música.

Primeiro, vamos entender as questões da afinação, ou seja, do "desafinado", "não está firmando", "fora de sintonia", "subtonava", "desentoava". O que acontece realmente para que a pessoa esteja nesta condição? Porque não se adapta sua voz ao grupo? O que acontece? São vários fatores que geram esta condição, alguns são simples e rápidos de serem resolvidos, outros são complexos e cientificamente comprovados, e as linhas e papel não são suficientes para descrever com detalhes, mas, enfim vamos começar.

Razões da problemática vocal:

    • O Estímulo Musical

Quando uma criança esta sendo gerada no útero de sua mãe, ele é confirmadamente "afinado", tem "ouvido absoluto", está "afinado" a sua mãe, sintonizado com ela, ligado, sensível aos sons do útero e é, uma constante, os órgãos, os movimentos internos, é semelhante a uma verdadeira orquestra, como música para o bebê. (ouça o som do útero, está no desenvolvimento vocal, arquivo - som uterino.mp3) A voz da mãe é uma verdadeira melodia nos ouvidos do bebê, os sons externos a criança também está atenta a tudo que acontece, tudo é perceptivo a sua atenção.

Ao nascerem, as crianças são ainda muito sensíveis aos sons, gostam de balbuciar, cantarolar, gritar, chorar, ouvir sua voz, bater ritmos, experimentar, sonoridades, é um verdadeiro compositor (tenho três filhos, vi isto em todos eles!), é uma experiência divina, ver a profundidade e inteligência que um ser tão frágil tem, ao mesmo tempo, tão complexo, é bom lembrar que, tudo isto é feito de forma nata, natural, sem forçar, eles são extremamente musicais, e é seu único meio de comunicação ao mundo, agora se os pais continuam estimulando desde a infância essas crianças, a necessidade sonora e experimental continuará percorrendo por toda a vida, contribuindo para sua musicalidade até quando adulto.

O que acontece com nossa realidade religiosa é bem diferente, pois, muitas pessoas constantemente entram em nosso meio, se convertem, já são adultos, de idade avançada, ou mesmo jovens, porém, nunca foram musicalizados, ou mesmo estimulados musicalmente, principalmente no Brasil, onde a educação musical ainda não é uma obrigatoriedade pedagógica e o agravante é que, os próprios professores a rede educacional, não foram educados musicalmente e, por conseqüência muitas vezes não sabem como estimular aos estudantes, seja qual for a idade, e, ajudar os de mais idade é pior ainda. Bem, tendo esta realidade musical, o que se pode fazer, com esses membros, não estimulados? O importante é iniciar, ter um começo, temos que formar grupos vocais de preferência corais, onde deve estar claro, que todos podem participar, temos a incumbência de com equilíbrio e paciência, iniciar os estímulos musicais, algumas dicas simples no final deste capitulo podem ajudar.


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