O Senhor das Ilhas de Maria Isabel Barreno
Traçaremos um comentário sobre as personagens Maria Josefa, Marta e Cremilde, do romance O Senhor das Ilhas, da escritora potuguesa Maria Isabel Barreno, editado em 1994; discutindo a interessante trama que liga as três personagens e a influência que elas têm sobre o personagem principal, Manuel António; além da expressão feminina que a autora demonstra, diferentemente, entre as três, onde podemos identificar todas as mulheres.
Numa breve explanação sobre o Romance, traçaremos alguns pontos indispensáveis para a compreensão da nossa fala. Descreveremos as personagens sobre as quais nos dispusemos a discutir e comentaremos a ligação entre elas, além de discorrermos sobre fatos ou situações que pensamos ser fundamentais em suas relações.
Perceberemos, no decorrer deste, a relação das três personagens com as mulheres em geral, que passa pela sabedoria, unidade, particularidade, conhecimento de si e o sustento que devemos dar umas às outras.
O Senhor da Ilhas é uma meta-ficção[1] historiográfica publicada pela Editora Caminho. Numa perspectiva pós-moderna de fragmentação, a autora conta a saga do casal "fundador" de Cabo Verde, entre 1790 e 1840. Essa saga familiar pode funcionar como um epitáfio, pois os narradores, Manuel Maria e sua irmã Marta, o filho mais novo e a filha mais velha do casal, começaram a escrever a história numa viagem à Lisboa, onde foram comprar a pedra para o túmulo do pai, que falecera.
Apesar de alguns personagens poderem ser identificados na história da colonização de Cabo Verde, não conhecemos a veracidade dos fatos. A escritora, na introdução, fala de um manuscrito encontrado por um descendente da família Martins[2], na ilha Brava, em 1993, afirmando, em seguida, que o manuscrito fora modificado por alguém. Essas informações provocam, no leitor ingênuo, a crença de que poderia ter sido um caso verídico mas, ao mesmo tempo, faz pairar um clima de dúvida, mistério, suspense. Sabemos que toda narração é factual e ficcional.
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