Objetivou-se determinar o efeito de níveis de lisina digestível, utilizando-se o conceito de proteína ideal, sobre o desempenho e as características de carcaça de 40 leitões machos castrados (peso inicial de 30,02 ± 1,38 kg e peso final 60,44 ± 1,81 kg) de alto potencial genético para deposição de carne magra. Os animais foram distribuídos em delineamento de blocos ao acaso, com quatro tratamentos, cinco repetições e dois animais por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma ração basal (18,08% de PB e 3.250 kcal de EM/kg) suplementada com L-lisina HCL, resultando em rações com 0,80; 0,90; 1,00 e 1,10% de lisina digestível. As rações foram suplementadas com níveis crescentes de aminoácidos sintéticos, mantendo-se constantes as relações entre os níveis desses aminoácidos essenciais e os de lisina, com base na digestibilidade verdadeira. Não houve efeito dos tratamentos sobre o consumo de ração, o ganho de peso diário e a concentração de uréia no plasma dos animais. Observou-se comportamento linear da conversão alimentar, que melhorou, e do consumo de lisina digestível diário, que aumentou em função dos níveis de lisina digestível da ração. Os tratamentos não influenciaram as porcentagens de água, proteína e gordura e a deposição de gordura na carcaça dos animais. Os níveis de lisina digestível afetaram de forma linear crescente a deposição de proteína na carcaça. O nível de 1,10% de lisina digestível, correspondente a um consumo de lisina digestível de 21,94 g/dia (3,43 g de Lis/Mcal de EM) proporcionou os melhores resultados de desempenho e características de carcaça de suínos machos castrados de alto potencial genético dos 30 aos 60 kg.
Palavras-chave: aminoácidos, carcaça, fase de crescimento, genótipo, uréia.
A cada ano, novos genótipos de suínos são introduzidos no mercado. Esses animais têm como uma das principais características econômicas a maior deposição de carne magra na carcaça, principal objetivo da criação de suínos para abate.
O nutriente mais importante para a deposição de carne magra na carcaça de suínos em crescimento é a lisina dietética, por sua constância na proteína corporal e sua destinação metabólica preferencial para a deposição de tecido magro (Kessler, 1998). Portanto, a exigência de lisina para suínos pode ser obtida a partir da taxa de deposição de proteína na carcaça dos animais.
A utilização do conceito de proteína ideal tem sido proposta para a formulação de rações em experimentos visando determinar as exigências de lisina para suínos. Segundo Yen et al. (1986), a mudança na concentração de lisina da ração deve ser acompanhada por alteração proporcional dos demais aminoácidos essenciais, pois o balanço ideal dos aminoácidos essenciais com a lisina evitaria possíveis variações nas respostas dos animais, o que ocasionaria erros na estimativa da exigência de lisina dos animais. Esse fato foi comprovado por Fontes (1999), em dois ensaios distintos com leitoas de mesmo potencial genético na fase de 30 a 60 kg. O menor nível de lisina digestível recomendado por esse autor foi obtido com rações com níveis crescentes de lisina, sem ajustes nos níveis dos outros aminoácidos essenciais.
Além do genótipo, o peso corporal e o sexo são fatores que influenciam a taxa e a eficiência de deposição de proteína nos suínos e, conseqüentemente, a exigência de lisina dos animais.
Assim, este trabalho foi conduzido com o objetivo de determinar a exigência de lisina digestível, utilizando-se o conceito de proteína ideal, para suínos machos castrados, de alto potencial genético para deposição de carne magra na carcaça, dos 30 aos 60 kg de peso corporal.
O experimento foi conduzido no Setor de Suinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa nos meses de abril e maio de 2002. Foram utilizados 40 suínos machos castrados de alto potencial genético para deposição de carne magra na carcaça, com peso inicial de 30,02 ± 1,38 kg, distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro tratamentos (níveis de lisina digestível), cinco repetições e dois animais por unidade experimental. Na distribuição dos animais em cada bloco, adotou-se como critério o peso inicial dos animais.
Os animais foram alojados em baias com comedouros semi-automáticos e bebedouros tipo chupeta, localizadas em galpão de alvenaria com piso de concreto e telhas de cerâmica.
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