Níveis de energia metabolizável para codornas japonesas na fase inicial de postura



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Material e Métodos
  4. Resultados e Discussão
  5. Conclusões
  6. Literatura Citada

RESUMO

Objetivou-se avaliar a influência de diferentes níveis de EM na ração sobre o desempenho e a qualidade dos ovos de codornas. Foram utilizadas 250 codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica), fêmeas, com 56 dias de idade, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos (2.650, 2.750, 2.850, 2.950 e 3.050 kcal de EM/kg), cinco repetições e dez aves por unidade experimental. As dietas experimentais foram formuladas à base de milho e farelo de soja e continham 20% de PB, 2,5% de Ca, 1,17% de lisina e 0,802% de metionina+cistina. Foram analisados os consumo de ração (g/ave/dia) e de energia (kcal de EM/ave/dia), a produção total de ovos (%/ave/dia) e de ovos comercializáveis (%/ave/dia), o peso (g) e massa dos ovos (g/ave/dia), a conversão alimentar (kg de ração/kg de ovo e por dúzia de ovos), o ganho de peso corporal (g), a eficiência energética (kcal de EM/dúzia de ovos e por quilo de ovos), os pesos de gema, albúmem e casca (g) e a concentração de colesterol na gema (mg/g). O aumento dos níveis de EM na ração ocasionou redução linear no consumo de ração e nos pesos de ovo e de gema e efeito quadrático nos pesos de albúmem, de casca e da massa de ovo. A ração contendo 2.650 kcal de EM/kg permitiu a estas variáveis ganho de 12,6; 3,9; 15,7; 7,6; 7,5 e 6,8%, respectivamente, comparado ao nível de 3.050 kcal de EM/kg. Verificou-se melhora da conversão alimentar (CA) por dúzia de ovos com o aumento da EM da dieta. As demais variáveis avaliadas não foram significativamente influenciadas pelo nível de EM da ração. Rações para codornas japonesas em fase inicial de postura (56 aos 112 dias de idade) devem conter 2.650 kcal de EM/kg (correspondente a um consumo diário de 61,5 kcal de EM/ave ou 6,24 kcal de EM/g de ovo) para proporcionar valores satisfatórios de peso de ovo e CA por massa de ovos, além de maior produção de ovos em valor absoluto.

Palavras-chave: Coturnix coturnix japonica, desempenho, energia, ovos

Introdução

O crescente aumento da produção na área de coturnicultura é acompanhado da necessidade do conhecimento aprofundado do manejo e da nutrição de codornas. Essas práticas têm sido muitas vezes baseadas na experiência de criadores, pois existem poucos trabalhos de pesquisa no Brasil sobre exigências nutricionais para codornas. Entre as pesquisas na área de nutrição de codornas, predominam aquelas realizadas com a espécie japonesa (Murakami, 2002).

Sabe-se que há controvérsias entre os resultados de pesquisa com codornas, o que torna necessário o estabelecimento de exigências nutricionais na fase de postura, pois, além dos custos elevados, as formulações têm sido baseadas em tabelas como o NRC (1994), idênticas às do NRC (1984), que são antigas e provavelmente desatualizadas, podendo comprometer o desempenho esperado na coturnicultura de postura.

Entre as linhagens disponíveis para a exploração industrial, a codorna japonesa (Cotnurnix coturnix japonica) é a mais difundida mundialmente, em virtude de sua precocidade e elevada produção de ovos (Albino & Barreto, 2003). Os fatores que contribuem para a criação de codornas são o rápido crescimento, o baixo consumo de ração, a maturidade sexual precoce, a alta produtividade, a longevidade em alta produção, as áreas reduzidas para criação, o baixo investimento inicial e o rápido retorno financeiro.

Como na maioria das espécies, a energia é o principal componente nutricional que determina o desempenho das aves, principalmente porque somente 20% da energia consumida é destinada à produção. Logo, se o aporte for insuficiente, ocorrerá queda de produção. O contrário também é verdadeiro, pois o excesso de energia pode levar à superovulação, ao aumento de produção de ovos de duas gemas e à absorção de óvulos na cavidade abdominal, conduzindo ao aumento do intervalo de postura, e, conseqüentemente à redução na produção (Neto, 2003).

A relação entre a necessidade energética e o consumo de alimento é fundamental na formulação de rações práticas, pois o consumo de nutrientes é regulado pela energia pré-determinada. Mukarami (1993) testou em codornas japonesas em fase inicial de postura quatro níveis de energia (2.500, 2.700, 2.900 e 3.100 kcal de EM/kg de ração) e observou que o aumento do nível energético reduziu o consumo de ração, a porcentagem de postura e o peso dos ovos. O autor recomendou 2.700 kcal de EM/kg de dieta como nível satisfatório. No entanto, Cordeiro et al. (2003) recomendaram para codornas japonesas dieta com aproximadamente 2.850 kcal de EM/kg para melhor conversão alimentar e 2.600 kcal de EM/kg para maior produção e maior peso de ovo.

Objetivou-se neste trabalho determinar os efeitos de níveis de EM na dieta para codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) em fase inicial de postura.


Página seguinte 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.